Autoconhecimento de crenças: empirismo, racionalismo e racionalidade
Resumo
O autoconhecimento é a habilidade cognitiva do agente para conhecer seus próprios estados mentais. Existem vários tipos de estados mentais. Cada tipo de estado mental tem suas próprias particularidades. Concordamos com a proposta de Coliva (2016) de um pluralismo sobre autoconhecimento. Existem diferentes tipos de estados mentais, por exemplo, sensação, crença, desejo, julgamento e emoção, e para cada tipo existe um método para seu conhecimento. O foco deste trabalho é sobre o conhecimento de nossas próprias crenças. Tendo em mente este objetivo, apresentamos as teorias empiristas e racionalistas sobre o conhecimento das próprias crenças. As teorias empiristas do autoconhecimento propõem a introspecção como método para o conhecimento das próprias crenças. No entanto, há questões relacionadas à fenomenologia da crença - como é acreditar que p? As melhores teorias racionalistas do autoconhecimento propõem que o agente "olhe para fora" para fazer sua própria mente e constituir sua própria crença. Nossa última questão é sobre a relação entre o conhecimento de suas crenças e racionalidade. Burge (2013) exige que, para ser racional, é preciso ter autoconhecimento. Mas o tipo de racionalidade especificado por Burge é muito exigente. Como agentes no domínio da vida comum, temos entendimento incompleto de nossos próprios estados mentais doxásticos, mas isso não é um problema para o conhecimento de nossas próprias crenças como disposições, segundo as quais não somos responsáveis, pois não provém de deliberação racional; e nossas crenças como compromissos, nas quais somos responsáveis, pois deliberamos racionalmente sobre elas. Ambas, podem ser conhecidas pelo método de transparência. Dessa maneira, se obtém a tese de que o método da transparência é suficiente para o autoconhecimento de estados mentais doxásticos e com isso assegurando a racionalidade do agente.
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