Sombreamentos em dentina (lesões de cárie ICDAS 4) em dentes permanentes posteriores
Resumo
A presente dissertação é composta por dois artigos científicos cujos objetivos foram analisar a prevalência, extensão e indicadores de risco associados às lesões de sombreamento em dentina (ICDAS 4) em escolares de 12 anos de Porto Alegre, RS (Artigo I) e avaliar o padrão radiográfico de lesões de sombreamento em dentina (ICDAS 4) na superfície oclusal de dentes permanentes posteriores em comparação a lesões escurecidas não cavitadas(ICDAS 2)(Artigo II). O Artigo I está vinculado a um levantamento epidemiológico realizado para avaliar as condições de saúde bucal de uma amostra representativa de escolares de 12 anos de Porto Alegre, RS (n=1.528). A coleta de dados incluiu a aplicação de questionário e exame clínico. O desfecho primário do estudo foi a prevalência de sombreamentos em dentina em dentes permanentes. Modelos de regressão de Poisson foram utilizados para estudar a associação entre as variáveis preditoras e prevalência de sombreamentos em dentina. O segundo estudo foi realizado em uma amostra de conveniência, selecionada na cidade de Santa Maria, RS. Além de questionário e exame clínico, a coleta de dados incluiu a tomada de radiografias interproximais bilaterais. A expressão radiográfica das lesões escurecidas não cavitadas(ICDAS 2, n=140) e dos sombreamentos em dentina (ICDAS 4, n=142) foi comparada através do teste do qui-quadrado. O risco de apresentar qualquer imagem radiolúcida em dentina foi estimado através de modelos de regressão logística com equações de estimativas generalizadas para compensar para aglomerados. No artigo I, a prevalência de lesões de sombreamento foi 7,4% (IC [intervalo de confiança] 95%=2,8-12), correspondendo a 117 escolares. O modelo ajustado mostrou que tipo de escola (pública; RP [razão de prevalência]=2,05;IC95%=1,16-3,65; p=0,01) e experiência de cárie (CPOD 1-2;RP=2,22;IC95%=1,08-4,57; p=0,03; CPOD≥3;RP=3,26;IC95%=1,41-7,53; p=0,01) foram significativamente associadas à prevalência de sombreamentos em dentina. No Artigo II, observou-se que a maioria das lesões apresentou ausência de imagem radiográfica (87,2%) ou, quando presente, a imagem estava restrita à junção esmalte-dentina (12,1%). A proporção de casos com imagem radiográfica na junção esmalte-dentina foi significativamente maior nos sombreamentos em dentina do que nas lesões escurecidas não cavitadas(p<0,001). No entanto, apenas um caso em cada grupo apresentou imagem evidente em dentina. Na análise de risco, os sombreamentos em dentina apresentaram um risco aproximadamente 6 vezes maior de apresentar qualquer imagem radiolúcida em dentina comparados às lesões escurecidas não cavitadas (razão de chance=5,78; IC95%=2,73-12,22; p<0,001).
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