Auto(trans)formação permanente com professores(as) em contexto socioeducativo: educar(se) entre a coercitividade e a liberdade
Resumo
A violência e a juventude são grandes temas de debate nacional. Diariamente é crescente os
questionamentos frente ao papel das instituições educativas e dos profissionais que trabalham
com a juventude, especialmente jovens que vivenciam a violência e a barbárie. Diante dessas
constatações e de questionamentos acerca da socioeducação, esta pesquisa de mestrado,
inserida na Linha de Formação, Saberes e Desenvolvimento Profissional do Programa de Pósgraduação
em Educação da Universidade Federal de Santa Maria/RS, se propôs a compreender
as implicações, os limites e as possibilidades nos processos de auto(trans)formação permanente
com os(as) professores(as) em uma escola no contexto de privação de liberdade - CASE/SM.
Para isso, foi necessário conhecer o Sistema Socioeducativo, especialmente o contexto do
CASE/SM, no qual através de círculos dialógico investigativo-formativos foi possível identificar
implicações, limites e possibilidades nos encontros auto(trans)formativos com professores(as)
que trabalham na escola inserida na unidade socioeducativa. Essa pesquisa, compreendeu a
auto(trans)formação como um processo permanente necessário no qual professores(as) se
constituem e constituem suas práticas. Por meio de uma abordagem qualitativa de pesquisaformação
e do tipo estudo de caso, o desenvolvimento da pesquisa fundamentou-se nos
pressupostos da proposta política-epistemológica dos círculos dialógicos formativo-investigativos
e da interpretação de documentos oficiais. As interpretações das construções deram-se
hermeneuticamente pela compressão de ampliação e construção do conhecimento. Nesse
sentido são apresentados elementos históricos e legais da educação dentro dos espaços
socioeducativos que somados às narrativas dos(as) professores(as) e dos teóricos que
fundamentam essa pesquisa evidenciam possibilidades de construção de práticas
socioeducativas e de espaços-tempos auto(trans)formativos tendo como perspectiva uma
comunidade socioeducativa que busque a valorização da vida. Constatou-se através dos
estudos de documentos oficiais e das narrativas com professores(as) que o sistema
socioeducativo, está distante das projeções traçadas legalmente. Com isso, esta investigação
evidencia o papel essencial dos processos pedagógicos e educacionais dentro da unidade
socioeducativa por aspectos eminentemente transformativos e humanizadores, bem como,
indica a necessidade de constituição de espaços e tempos de diálogo, formação e construção de
alternativas para conflitos com professores(as) e demais profissionais que atuam na
socioeducação. Diante disso, a potencialidade desse trabalho dentro das pesquisas está nos
apontamentos e discussões imprescindíveis sobre educação e jovens em conflito com a lei.
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