Tempo e eternidade: a leitura do livro XI das confissões de Agostinho por Paul Ricoeur
Resumo
Trata-se do estudo da relação entre tempo e eternidade no Livro XI das Confissões de
Agostinho, com base na leitura de Paul Ricoeur em Tempo e narrativa. O tempo, para
Agostinho, é experienciado internamente a partir do movimento da alma, enquanto
distensão. A meditação sobre o tempo vem em conjunto com uma discussão a respeito
da eternidade e da criação do mundo. Por sua vez, a distensão é entendida, por Paul
Ricoeur, como o momento em que pretendemos realizar algo, como a leitura ou mesmo
recitação de um hino, em que nossa intenção se dilata sobre as palavras que
pretendemos ler ou entoar, sendo que algumas delas se encontram em nossa expectativa
(aquelas que ainda não lemos), outras na atenção, aquelas que estamos lendo, e outras
ainda, na memória, quando já foram lidas. Pretende-se mostrar que a experiência
temporal e a narrativa – da vida ou dos eventos –, formam um círculo que parte do
mundo exterior para o interior do ser humano através da reflexão; e assim, pela
narrativa, pode-se experimentar a eternidade. Além disso, mostra-se que, a partir do
contraste entre a eternidade e a nossa experiência temporal, a linguagem se torna uma
narrativa.
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