Processos de implantação de núcleos de apoio à saúde da família no Brasil: um destaque às profissões de fisioterapia e fonoaudiologia
Resumo
Esta pesquisa ocupou-se da participação da Fisioterapia e da Fonoaudiologia nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), no Brasil, no período de 2008 à 2014. O objetivo geral foi analisar os processos de implantação de NASF nos municípios brasileiros, buscando-se caracterizar os tipos de NASF implantados, a principal forma de contratação das equipes e os mecanismos de avaliação dos serviços por eles prestados. Participaram 484 gestores municipais de saúde, os quais foram convidados por meio de seus emails intitucionais fornecidos pelo Ministério da Saúde, que os esclarecia acerca dos objetivos, procedimentos riscos e benefícios da realização do presente estudo anteriormente ao acesso do questionário “Pesquisa NASF Brasil 2014”, aplicado pelo Formulário do Sistema Único de Saúde (FORMSUS). Os resultados revelaram que a maioria dos gestores (70% deles com formação superior em saúde) participou da elaboração e implantação dos NASF, elaborados por demanda epidemiológica. A contratação de fisioterapeutas e fonoaudiólogos, na maioria dos NASF, foi por processo seletivo demandado pelos gestores e por análise curricular de trabalhadores do quadro de funcionários; apenas 3% dos fisioterapeutas e fonoaudiólogos apresentaram projetos evidenciando a necessidade de sua contratação na Atenção Básica (AB). Os profissionais mais contratados foram psicólogos e educadores físicos, seguidos por fisioterapeutas e fonoaudiólogos. Segundo os gestores, a modalidade mais implantada (55,17%) é de NASF 1, seguida de NASF 2 (26,45%) e NASF 3 (11,78%). Existem mecanismos de monitoramento e avaliação dos serviços prestados pelas equipes dos NASF, organizados pelos gestores, porém, são raros os mecanismos populares de avaliação. Evidenciou-se queixa popular relativa à falta de fisioterapeutas e fonoaudiólogos (16,13% para ambos). Conclui-se que há muito a ser feito na inserção de especialistas na AB, apesar de a gestão da saúde brasileira já estar sob responsabilidade de profissionais dedicados à saúde. Este estudo abre possibilidade de outras pesquisas aprofundando a qualificação e abrangência dos serviços prestados nos NASF brasileiros.
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