A teoria psicogenética de Henry Wallon e a prática pedagógica em Educação Especial
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Data
2010Autor
Freitas, Clariane do Nascimento de
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O presente artigo teve como objeto de estudo a teoria de desenvolvimento de Henri Wallon, procurando identificar os estágios do desenvolvimento apresentados pelo teórico e analisar como educadores especiais trabalham ou entendem a relação movimento – pensamento, assim como também a relação afetividade – cognição. Os dados foram coletados através de entrevistas realizadas com três educadoras especiais em atuação em diferentes espaços educacionais. A partir das análises das entrevistas, procurei discutir a relação possível entre a teoria psicogenética de Wallon com a prática pedagógica desenvolvida na educação especial. Para melhor organização didática do trabalho ele está dividido em três títulos: Contextualizando Wallon, A Teoria Psicogenética de Henri Wallon, e A inter-relação dos domínios funcionais e seus reflexos na prática de educadores especiais. Neste, último, procuro relacionar as entrevistas realizadas com a teoria de Wallon fazendo uma análise da prática docente do profissional da educação especial. Ao analisarmos as respostas das professoras, constatamos que, apesar de todas trabalharem os domínios funcionais, elas não os relacionam da forma como Wallon os apresenta. Os domínios são trabalhados de forma isolada, o que, segundo a perspectiva teórica, acaba fragmentando o aluno. Isso acontece, provavelmente porque tais professoras não compreendem a inter-relação entre afetividade-cognição e motricidade-pensamento conforme a teoria em questão. Nela motricidade é mais do que puro gesto, assim como afetividade está para além de simples troca de carinho e, ambas têm papel fundamental para a origem do pensamento na criança. Para Wallon, existe uma relação dialética entre a afetividade, a motricidade e a cognição. Tais aspectos são denominados de domínios funcionais. Se entendermos essas relações, poderemos entender o desenvolvimento e comportamento de nossos alunos. Assim, acredito que a teoria apresentada por Wallon explica, ou justifica, os comportamentos que alguns alunos apresentam quando há uma defasagem em seu desenvolvimento e, consequentemente, traz importantes contribuições para a atuação dos educadores frente a um aluno com déficit cognitivo.