Ilex paraguriensis A. St Hil.: efeitos na prevenção das alterações cutâneas induzidas por radiação UVB
Resumo
Diariamente estamos expostos a inúmeros fatores ambientais, tais como: a radiação ultravioleta e a poluição, que são fontes geradoras de radicais livres. Apesar de ser a maior responsável pelos efeitos biológicos relacionados ao câncer de pele e fotoenvelhecimento, a radiação UVB representa apenas 10% do total da radiação UV capaz de chegar a superfície da Terra. Como medida preventiva, os fotoquimioprotetores são produtos tópicos ou de administração oral incorporados de extratos vegetais ou substâncias naturais isoladas com atividade antioxidante, inibidoras de MMPs e/ou anti-inflamatórias. A Ilex paraguariensis A. St. Hil., conhecida como erva-mate, é uma árvore nativa da América do Sul. Investigações prévias mostraram altos teores de bioativos de interesse cosmético, tais como: ácidos fenólicos, flavonoides e saponinas triterpenoides. O objetivo do estudo foi investigar o potencial fotoprotetor do EXB das folhas de erva-mate in vitro e in vivo. O EXB foi caracterizado por meio das dosagens dos teores de polifenóis, flavonoides e taninos por métodos espectrofotométricos; identificando e quantificando os ácidos clorogênico e cafeico por LC/MS e CLAE; avaliando a atividade antioxidante pelos métodos DPPH e β-caroteno. A citotoxicidade / fotoestabilidade e atividade inibitória frente à MMP-2 e -9, em diferentes concentrações, foram analisadas in vitro por medida da viabilidade celular em culturas de células de fibroblastos da linhagem HFF-1 e zimografia de substrato, respectivamente. A eficácia fotoprotetora da formulação contendo o extrato foi testada in vivo por medida da atividade de metaloproteinases, mieloperoxidase e degradação do colágeno, usando camundongos heterogênicos expostos ao UVB (0,23 J/cm2). Os teores de flavonoides, polifenois e taninos, respectivamente, foram 200 mg EC/g; 265,4 mg EAG/g e 158,7 mg EC/g. Foram quantificados os teores de ácido clorogênico (19,26 mg/g) e ácido cafeico (4,27 mg/g) por CLAE. O potencial antioxidante foi analisado pelos métodos DPPH (IC50 39,73 μg/mL) e β-caroteno (50,48% de inibição). Nos testes in vitro o EXB não apresentou citotoxicidade nas células HFF-1. O EXB (50 μg/mL) não irradiado ao UVB (0,23 J/cm2) proliferou células HFF-1, sugerindo uma possível fotoinstabilidade do EXB. Os géis incubados com EXB (100 μg/mL), inibiu em 79,31% da atividade da pro-MMP-9, de forma dose dependente. Nos testes in vivo a formulação EXB mostrou eficácia fotoprotetora, inibindo a atividade das MMP-2 (73,08%), pro-MMP-2 (67,71%) e pro-MMP-9 (89,86%), diminuindo a atividade de mieloperoxidase (71,1%) e preservando colágeno diante de uma exposição aguda à radiação UVB. A formulação contendo o extrato apresentou um potencial efeito fotoprotetor e antienvelhecimento.
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