Efeito do ácido cafeico e ácido cafeico fenetil éster em modelo de inflamação induzida por lipopolisacarídeo
Resumo
A inflamação periférica é capaz de causar alterações no sistema nervoso central (SNC) e levar a progressão de várias doenças neurodegenerativas. Durante o processo de neuroinflamação ocorre a ativação de células imunes do SNC e a infiltração de células imunes periféricas que acabam por liberar elevados níveis de citocinas, levando ao estresse oxidativo. O lipopolissacarídeo (LPS) é um componente biologicamente ativo da membrana de bactérias gram-negativas e é responsável pela sua toxicidade sendo capaz de estimular o sistema imunológico. Esta ativação leva ao aumento da expressão de citocinas pró-inflamatórias, tais como a interleucina-1β, Interleucina-6, fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e produção de espécies reativas. Porém, existe um complexo sistema de proteção da célula composto de enzimas antioxidantes, tais como o sistema antioxidante de glutationa e outros diversos fatores antioxidantes não enzimáticos. Os compostos fenólicos apresentam diversas funções, dentre elas a função antioxidante e anti-inflamatória que podem modular e prevenir os danos causados pelo estresse oxidativo. Desta forma, investigou-se o pré-tratamento com ácido cafeico (AC) e ácido cafeico fenetil éster (ACFE) previniu alterações em parâmetros comportamentais e de estresse oxidativo em córtex de camundongos expostos a um modelo de inflamação sistêmica induzida por LPS. Os camundongos Swiss foram divididos em seis grupos: controle (óleo de milho), controle/AC 50 mg/kg, controle/ACFE 30 mg/kg, LPS 250μg/kg (diluído em salina), LPS/AC 50 mg/kg, LPS/ACFE 30mg/kg pré-tratados via oral por gavagem durante 30 dias, onde ambos os compostos AC e ACFE foram diluídos em óleo de milho. Após este período foram anestesiados, eutanasiados e o córtex cerebral retirado para análises. De acordo com os resultados pode-se observar a prevenção da perda de memória somente nos animais do grupo LPS/ACFE 30mg/kg, sendo que os demais grupos não apresentaram diferença significativa na atividade locomotora e de memória. Em relação aos parâmetros de estresse oxidativo ficou demonstrado que o LPS foi capaz de aumentar os níveis de espécies reativas de oxigênio, a carbonilação proteica e os níveis de nitrito e de nitrato. Já os compostos AC e ACFE demonstraram efeito protetor nos parâmetros de estresse oxidativo desenvolvido pela injeção de LPS em amostras de córtex apresentando uma diminuição dos níveis de nitrito e nitrato, da carbonilação protéica e dos níveis de espécies reativas. Além disso, o AC e o ACFE apresentaram também efeito protetor na manutenção do sistema glutationa. Desta forma, pode-se indicar que ambos os compostos fenólicos, AC e ACFE exercem as funções antioxidantes frente aos danos oxidativos desenvolvidos pela injeção de LPS no SNC.
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