Pythium insidiosum: desenvolvimento de modelo experimental de infecção em ovos embrionados de Gallus gallus domesticus
Resumo
Pitiose é uma doença severa causada pelo oomiceto Pythium insidiosum que acomete animais e humanos. Se não diagnosticada e tratada rapidamente, essa doença pode levar à morte do indivíduo acometido. O tratamento da pitiose é difícil, visto que ela não responde bem aos fármacos comumente utilizados em doenças fúngicas, devido à ausência de ergosterol na membrana de P. insidiosum. Atualmente, pesquisas sobre o tratamento da pitiose utilizam o coelho para reprodução da infecção experimental, uma vez que, este modelo de infecção reproduz doença semelhante a desenvolvida por equinos. Buscando racionalizar o uso de animais em experimentação cientifica, é de grande importância desenvolver modelos alternativos para o desenvolvimento de doença experimental. Nesse contexto, o uso de ovos embrionados de galinha (Gallus gallus domesticus), em pesquisas com vírus, bactérias e fungos, tem demonstrado ser de fácil manuseio, baixo custo e boa reprodutibilidade, assim como auxilio em estudos de patogenia e descobertas de novos tratamentos e diante disso, esse trabalho teve como objetivo desenvolver um novo modelo de infecção experimental in vivo para pitiose em ovos embrionados de galinha, assim como avaliar a toxicidade de azitromicina, terbinafina e itraconazol. Inicialmente, foram realizados testes para padronização da concentração do inóculo, melhor dia de inoculação e tempo de infecção. Após concluído esse processo foram realizados testes de toxicidade com azitromicina, itraconazol e terbinafina, os quais já haviam demonstrado ação contra P. insidiosum in vitro. As concentrações utilizadas para azitromicina foram 0,2 μg/ovo, 1,6 μg/ovo e 12,8 μg/ovo, itraconazol 12,8 μg/ovo e terbinafina 12,8 μg/ovo, sendo administrados 0,025 mL em três intervalos de tempo, 8/8 horas, 12/12 horas ou 24/24 horas. Os resultados mostraram que o melhor dia para indução de infecção foi no 14° dia de desenvolvimento embrionário, utilizando uma concentração de 500 zoósporos/ mL, tornando infecto 95% dos embriões inoculados, acometendo principalmente vasos sanguíneos. Itraconazol e terbinafina apresentaram-se tóxicos na concentração testada, independentemente dos intervalos de tempo em que as doses foram administradas e por outro lado, azitromicina não se demonstrou toxica em nenhuma dose ou intervalo de administração. A partir deste estudo, propomos um novo modelo experimental de pitiose utilizando ovos embrionados de galinha. Esse modelo poderá auxiliar nos testes de eficácia de novos tratamentos de forma simples e rápida.
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