Desenvolvimento de nanocarreadores a base de piperina: influência do polímero e citotoxicidade in vitro – in vivo
Resumo
O trabalho em questão objetivou o desenvolvimento de nanoemulsões e suspensões de nanocápsulas
poliméricas contendo piperina a fim de estudá-las frente à fotodegradação e citotoxicidade. Para a
quantificação da piperina nas nanoestruturas, primeiramente foi validada uma metodologia analítica por
cromatografia líquida, onde o método mostrou-se específico, linear, preciso, exato e robusto. As
nanoemulsões e suspensões de nanocápsulas contendo o bioativo (1,0 mg/mL) foram preparadas pelos
métodos de emulsificação espontânea e deposição interfacial do polímero pré-formado, respectivamente.
Para a caracterização físico-química das formulações, foram avaliados diâmetro médio das partículas, índice
de polidispersão, pH, potencial zeta, teor de bioativo e eficiência de encapsulamento. Como resultados, as
nanoestruturas apresentaram tamanho nanométrico (170 a 210 nm), índice de polidispersão abaixo de 0,12,
pH levemente ácido (5,8 a 6,4), potencial zeta negativo (-6,3 a -12,4 mV), teor de piperina e eficiência de
encapsulamento próximos a 100%. Com relação a estabilidade, os valores de pH e o teor de bioativo sofreram
alterações durante o período de 90 dias de armazenamento. O estudo de fotodegradação da piperina frente à
luz UVA ratificou a capacidade dos sistemas nanoestruturados em auxiliar na fotoproteção de susbtâncias, e
demonstrou uma maior proteção para as nanocápsulas comparada às nanoemulsões. Para realização do estudo
de liberação in vitro em meio gastrointestinal simulado, foi empregado o método de difusão em sacos de
diálise. As nanoestruturas apresentaram uma liberação menor do bioativo nos diferentes tempos de análise
em comparação ao bioativo não encapsulado. Com relação aos ensaios de citotoxicidade in vitro, a avaliação
da atividade antitumoral foi realizada por MTT em células HepG2, HT-29 e fibroblastos. A toxicidade da
piperina frente à células cancerígenas mostrou-se maior quando esta foi associada às nanoestruturas, do que
que na forma livre (não associada aos nanocarreadores), e ainda, uma maior viabilidade celular em relação
aos fibroblastos. O ensaio in vivo, realizado com C. elegans, avaliou a toxicidade e a sobrevivência à juglone
(capacidade antioxidante). Os batimentos faríngeos não foram afetados e a defecação não apresentou
alteração apenas nas formulações sem a presença de bioativo, confirmando a ingestão da piperina pelo verme
e a não toxicidade das partículas. Em relação ao ensaio de sobrevivência frente à juglone, as nanoemulsões
contendo piperina e o biativo em solução apresentaram diminuição significativa na taxa de mortalidade em
comparação ao grupo controle, apresentando ação antioxidante, visto que protegeram o dano oxidativo
(geração de superóxido) causado pela juglone. Ao contrário das nanocápsulas, as quais não demonstraram
efeito, provavelmente pela limitação da parede polimérica, diminuindo a liberação do bioativo e a
consequente ação desejada para este experimento.
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