Análise do ciclo de vida da carne bovina: um estudo de caso na área de proteção ambiental do Ibirapuitã
Resumo
Este trabalho analisa os impactos socioeconômicos e ambientais provocados pelos
sistemas de produção extensivos da bovinocultura de corte. Para isso, realizou-se um estudo
de caso na Estância do 28, propriedade da Fundação Maronna, localizada na Área de Proteção
Ambiental do Ibirapuitã, na região sul do estado do Rio Grande do Sul. No âmbito dos
recursos metodológicos, a principal metodologia utilizada foi a Análise do Ciclo de Vida da
cadeia produtiva da bovinocultura de corte, que permite determinar o impacto ambiental total
decorrente da produção e consumo do “produto carne bovina”. Além disso, como ferramenta
de auxílio na análise dos dados, utilizou-se o software IPCC, capaz de quantificar as emissões
de carbono proveniente da bovinocultura de corte. Para a análise dos dados coletados na
Estância do 28, delimitaram-se os anos de 2010, 2011 e 2012, a fim de avaliar os impactos
ambientais provocados pela produção de carne na propriedade. A pesquisa demonstra que as
emissões são derivadas da fermentação entérica dos bovinos de corte, das mudanças ocorridas
no uso da terra na propriedade e dos dejetos dos animais. Quando contabilizados os custos do
carbono, da comercialização e do consumo da carne bovina, constata-se que tanto as emissões
quanto os custos totais são baixos, se comparados com a produção animal dentro da
propriedade. No que se refere às emissões de carbono decorrentes do transporte, percebe-se
que as diferenças no nível de emissões são pouco significativas, independente dos tipos de
mercado e suas distâncias de comercialização. Assim, por meio da análise dos dados, pode-se
constatar que a produção animal é o elo da cadeia que mais emite carbono, portanto as
medidas de redução dos impactos ambientais devem estar centralizadas nessa etapa da cadeia.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: