Teste para a pesquisa do limiar de reconhecimento de fala: desenvolvimento e estudos psicométricos
Resumo
Esta pesquisa teve como objetivo desenvolver uma nova proposta de teste na língua Portuguesa Brasileira, em gravação digital, específico para a pesquisa do Limiar de Reconhecimento de Fala (LRF), e buscar evidências de validade e confiabilidade para o novo instrumento de teste proposto. A partir de um banco de palavras com evidências de validade de conteúdo, constituído por 172 vocábulos dissilábicos, foram elaborados 19 grupos de dissílabos, constituídos por quatro palavras, criteriosamente combinadas, principalmente em termos quantitativos da estrutura silábica e, de representatividade de fonemas das diferentes regiões de frequência. A seguir, foi realizada a pesquisa da equivalência desses 19 grupos, apresentando-os a 95 normo-ouvintes, de 19 e 24 anos, a uma relação sinal-ruído de - 4 dB, e elaborado um novo instrumento de teste, a partir dos grupos de dissílabos equivalentes, o qual foi organizado em dois conjuntos de grupos de palavras pré-estabelecidos, para obtenção do LRF de cada orelha separadamente. Utilizando então, esse novo instrumento de teste, foram obtidos os valores em dB NA, referentes aos LRFs, de 20 normo-ouvintes, para análise da precisão dos resultados obtidos, conforme os limiares tonais, e de 71 indivíduos com perda auditiva, além dos LRFs à viva voz para esse último grupo, a fim de buscar evidências de critério e construto para esse novo instrumento de avaliação. Na pesquisa de equivalência, o desempenho auditivo foi semelhante para oito (G1, G5, G6, G8, G10, G12, G13 e G19) dos 19 grupos de palavras, em que houve um predomínio do escore de acerto de 50%, seguido de 25%; não sendo verificadas frequências semelhantes de escores para os demais grupos. Para os normo-ouvintes, constatou-se compatibilidade entre todos os LRFs obtidos e a média tritonal (MTT) de 0,5, 1 e 2 kHz, com diferença mínima e máxima entre esses valores, de - 5 e 10 dB, respectivamente. Para os indivíduos com perda auditiva, a maioria dos LRFs encontrados mostrou-se compatível com a MTT. O valor médio da MTT foi de 58,65 dB NA e dos LRFs, com o novo material de fala e à viva voz, foi de 58,90 e 59,41 dB NA, respectivamente. Houve forte correlação e, concordância, entre os valores dos LRFs obtidos a partir dos dois métodos de avaliação. Concluiu-se que foi desenvolvido um novo instrumento de avaliação, em gravação digital, específico para a realização do teste logoaudiométrico do LRF, com evidências satisfatórias de validade de conteúdo, de critério e de construto, e evidências satisfatórias de confiabilidade.
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