Quercetina e cafeína: efeito no desempenho físico em situação de hipóxia
Resumo
O futebol é um dos esportes mais populares e durante a prática, ocorre o aumento na produção de espécies reativas, podendo levar à fadiga e até lesão muscular. Nos esportes, os atletas necessitam uma capacidade de superação, associada a fatores fisiológicos, bioquímicos e também psicológicos. Todos esses fatores podem exercer influência positiva ou negativa sobre o desempenho esportivo de acordo com situações distintas. A performance de atletas sem uma adaptação prévia, é influenciada negativamente pelas condições vigentes em altitudes. A busca por novas substâncias para reduzir os efeitos negativos e aumentar a performance. Um dos compostos estudado é a quercetina, um flavonoide com propriedades biológicas capazes de melhorar o desempenho mental e físico e que é amplamente encontrado na natureza. Os efeitos incluem: anti-inflamatório, antioxidante e atividade psicoestimulante, bem como, a capacidade de estimular a biogênese mitocondrial em humanos. Outra substância conhecida pelo seu efeito ergogênico e comumente utilizada no meio esportivo é a cafeína por alterar o estado de alerta, reduzir a fadiga, melhorar o desempenho cognitivo, tempo de reação e provocar efeitos como, alterações no sistema nervoso central, sistema cardiovascular e homeostase de cálcio. O objetivo deste estudo foi analisar o efeito da suplementação de quercetina e cafeína sobre o desempenho físico de atletas, sexo masculino, situação de hipóxia. O estudo duplo-cego foi constituído por onze atletas do sexo masculino, que foram randomicamente suplementados com quercetina (1g/dia) ou cafeína (4mg.kg-1). Após 7 dias de suplementação, foi realizado o primeiro teste de esforço físico máximo em hipóxia (14% de O2 = 3200m de altitude) durante o qual foram coletados dados de Lac, Glic, FC, SSE, Dist e Tempo, %GC, %H2O celular, %Fluído intra e extracelular e variáveis bioquímicas (SOD, H2O2, TBARS, NOX, ROS e Tióis). As variáveis foram avaliadas durante o repouso, o exercício e a recuperação, exceto as bioquímicas que foram realizadas em repouso e após o exercício. Os indivíduos que ingeriram quercetina nos primeiros 7 dias ingeriram a cafeína, com intervalo de 15 dias entre as suplementações. Não houve diferença estatística na %GC, %H2O celular, % Fluídos intra e extracelulares, assim como nas variáveis de performance entre as duas suplementações. Quando comparado as variáveis bioquímicas observou-se aumento na produção de H2O2, Tióis e NOX para a suplementação com cafeína e para suplementação com quercetina, aumento no NOX. No presente estudo, conclui-se que o efeito da quercetina é semelhante a cafeína comparado com a performance, porém a quercetina possuí ação protetora após exercício físico máximo em hipóxia, o que não foi observado na suplementação com cafeína.
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