Avaliação da composição química, atividade antioxidante e toxicidade oral aguda de Jatropha gossypiifolia L. (Euphorbiaceae)
Resumo
A Jatropha gossypiifolia L. é popularmente conhecida como pião-roxo ou pinhão-roxo, pertencente à família Euphorbiaceae, do gênero Jatropha, encontra-se distribuída no Brasil predominantemente na região Amazônica, na Caatinga e Mata Atlântica (FÉLIX-SILVA et al., 2014). Na medicina popular é utilizada para o tratamento de úlceras pépticas, diabetes, neoplasias, diarreias, como cicatrizante e diurético (MARIZ et al., 2006). Os principais metabólitos secundários identificados na sua constituição química são: ácidos fenólicos, alcaloides, terpenos, esteroides, flavonoides, lignanas e taninos. As atividades biológicas evidenciadas na espécie foram: antioxidante, antidiarreico, antimalárico, antimicrobiano, antiviral, sedativo, anticonvulsivante, além de potencial hipotensor e vasorelaxante (MARIZ et al., 2010). O objetivo deste estudo foi caracterizar e quantificar os compostos fenólicos e terpenóides como marcadores analíticos, empregando a cromatografia líquida de ultra-alta eficiência acoplada a espectrometria de massas (UHPLC-MS/MS), bem como, investigar a atividade antioxidante in vitro frente aos radicais ânion superóxido, hidroxil e peroxil e avaliar a toxicidade oral aguda do extrato hidroetanólico das folhas de J. gossypiifolia. Os extratos foram obtidos por infusão e maceração do material vegetal seco (folhas e frutos) nas três diferentes safras, sendo que a infusão não foi utilizada para o teste de toxicidade. Após a maceração, o extrato hidroetanólico obtido foi liofilizado e ressuspendido em água para o fracionamento com solventes na ordem crescente de suas polaridades: hexano, clorofórmio, acetato de etila e n-butanol. No extrato hidroetanólico e na infusão foi constatada a presença dos compostos fenólicos majoritários, tais como a catequina, ácido p-cumárico, ácido ferúlico e luteolina. Também no extrato hidroetanólico, identificou-se a presença de três compostos triterpênicos (α-amirina, β-amirina e lupeol). A atividade anti-radicalar testada na infusão, extrato hidroetanólico e frações acetato de etila e butanol, demonstrou uma maior atividade antioxidante in vitro no extrato hidroetanólico (96,6±3,0) e infusão (99,7±13,9) nas concentrações de 0,1% (m/v) e 1,0% (m/v), respectivamente. O extrato hidroetanólico das folhas de J. gossypiifolia, testado na toxicidade oral aguda, apresentou DL50 estimada entre 2000-5000mg/Kg e caracterizou-se como de baixa toxicidade, de acordo com a diretriz da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD 423., 2001), não conferindo alterações significativas (p>0,05, ANOVA) aos parâmetros bioquímicos e hematológicos do grupo teste analisado, em relação ao grupo controle. Assim, o estudo sugere que a presença de catequina, como composto majoritário na infusão, pode estar relacionado ao efeito hipotensor e ainda que as propriedades farmacológicas dos flavonóides e ácidos fenólicos encontrados, possam ser associados ao uso popular dessa planta medicinal.
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