Uma matriz inclusiva e uma gestão escolar: sujeitos e escolas em produção
Resumo
A presente dissertação foi construída no Programa de Pós-Graduação em Educação
na linha de pesquisa Educação Especial, Inclusão e Diferença (LP3). O mesmo tem
inserção no Grupo de Pesquisa GEPE – Grupo de Pesquisa em Educação Especial
e Inclusão. O movimento de pesquisa foi dinamizado pela seguinte questão: como a
gestão escolar encontra ressonância na matriz inclusiva, produzindo práticas
discursivas para o funcionamento da maquinaria escolar? Diante da problematização
objetivou-se: pensar e problematizar enunciados, em documentos orientadores da
política educacional brasileira, desenhados por uma matriz inclusiva que inventa,
ordena, e mobilizar preceitos de uma gestão escolar inclusiva. A organização das
metas da pesquisa foi: entender a escola como instituição/maquinaria que atravessa
o tempo se modificando e se atualizando para produzir sujeitos; identificar elementos
de uma matriz inclusiva nas políticas educacionais, tomando como referência
estudos realizados, numa inspiração foucaultiana, por pesquisadores/as
brasileiros/as e problematizar os discursos da gestão escolar sob a perspectiva e os
efeitos de uma matriz inclusiva, buscando identificar ‘preceitos’ para um modo de
operação da gestão escolar inclusiva. Foi possível pensar e registrar nesta pesquisa
que as políticas educacionais do nosso tempo, considerando uma racionalidade
neoliberal que a ordena, apresentam uma matriz de experiência que é a inclusão,
que tem servido de grade de inteligibilidade para a invenção da gestão escolar. Com
a ferramenta da governamentalidade foi possível construir lentes analíticas para a
identificação de preceitos de gestão escolar, a partir de um conjunto de excertos
retirados de documentos orientadores das práticas em educação. Foram
sistematizados os preceitos: descentralização de gestão; compromisso com a
universalização e gerenciamento do risco; gestar processos de avaliação e
metodologias de gerenciamento do risco; articular a escola a uma rede de
seguridade; gerir necessidades básicas de aprendizagem de todos; gestar a
formação docente em serviço como forma de dividir a responsabilidade pela
instituição; gestar estratégias de sensibilização; e, solucionar cada vez mais rápido
os problemas, produzindo a sensação da participação de todos nas decisões.
Desses preceitos, é possível dizer que o governo do indivíduo e o governo da
coletividade se constituem como estratégias dos processos de gestão escolar.
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