Processamento sensorial e alimentação em crianças com desenvolvimento típico e com transtorno do espectro autista
Resumo
Esta dissertação teve como objetivo analisar possíveis relações entre o Processamento Sensorial e o desenvolvimento de problemas alimentares em crianças com diagnóstico de TEA (Transtorno do Espectro Autista) comparadas a crianças com desenvolvimento típico na faixa etária dos três aos dez anos de idade. Trata-se de uma pesquisa transversal, do tipo quantitativa, com uma amostra de 40 crianças, sendo 20 crianças com desenvolvimento típico e 20 crianças com diagnóstico de TEA. Utilizaram-se o Protocolo Perfil Sensorial 1 - Questionário para os Pais – 3 a 10 anos, observação clínica e Roteiro Alimentar elaborado pela autora para realizar a coleta de dados. A análise contou com a correlação e comparação dos resultados percentuais obtidos no Perfil Sensorial 1 detalhado com a presença de seletividade alimentar, o número de alimentos distintos consumidos, os grupos alimentares, a consistência alimentar, a atitude frente ao alimento novo e a variável prematuridade. Para a realização das análises foi utilizado o aplicativo computacional STATISTICA 9.1, com os testes de estatística descritiva, Teste Não Paramétricos U de Mann-Whitney, Teste T de Student e Teste de associação do Qui - Quadrado, considerando-se um nível de significância de 5%. Como resultados desta pesquisa, encontrou-se correlação significativa entre a porcentagem de alteração do Perfil Sensorial no grupo de crianças com TEA quando comparado ao grupo em desenvolvimento típico. A observação detalhada de cada item do perfil evidenciou que, quanto menor o valor maior o risco para a diferença entre os grupos. Também foram encontradas a presença de seletividade alimentar, com menor quantidade de alimentos consumidos, a restrição do grupo alimentar legumes e verduras e carnes e ovos e a não aceitação da consistência alimentar pastosa no grupo de crianças com TEA em comparação ao grupo em desenvolvimento típico. Além disso, encontrou-se resultado significativo no que se refere à atitude frente ao alimento, em que o grupo com TEA apresentou atitude negativa quando comparado ao grupo em desenvolvimento típico. Por fim, com relação à variável prematuridade não se obteve resultado significativo, visto que eram crianças prematuras tardias. Os resultados desta dissertação permitiram concluir sobre a necessidade da avaliação sensorial, com terapeuta ocupacional especializada, de casos de restrição alimentar, além das avaliações já realizadas com os demais profissionais da saúde como pediatra, nutricionista e fonoaudiólogo, pois ficou claro que as dificuldades do grupo de crianças com TEA tinham origem em questões sensoriais já que o risco de disfagia e alterações orofaciais foram descartadas no acompanhamento fonoaudiológico que as criança recebiam.
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