Considerações sobre o concreto composto com cinza de lodo de ETA exposto a altas temperaturas
Resumo
O uso de adições no concreto provenientes de resíduos ou subprodutos de
outras atividades já é uma realidade com diversos impactos positivos em um mundo
que precisa primar pelo consumo consciente de seus recursos e sua sustentabilidade.
Nesta pesquisa, foram avaliados os impactos da substituição parcial do cimento pela
cinza do lodo oriundo do tratamento de água (CLETA) quanto ao comportamento do
concreto frente a altas temperaturas, isolada ou com a presença de fíler calcário. Os
corpos de prova foram expostos a temperaturas de 200 °C, 400 °C, 600 °C e 900 °C,
e posteriormente comparados com exemplares de referência à temperatura ambiente.
Foram realizados ensaios de resistência à compressão axial e módulo de elasticidade
dinâmico, medido de forma indireta com o uso do ensaio de velocidade de propagação
do pulso ultrassônico (VPU). Foram adotadas relações água/aglomerante 0,35 e 0,50
e teores de substituição do cimento por CLETA e calcário moído de 0%, 15% CLETA,
15% de CLETA + 7,5% de calcário e 24% de CLETA+12% de calcário. Dos resultados
obtidos verificou-se um padrão de comportamento semelhante ao de outros concretos
com substituições, e que a substituição do cimento pela CLETA e calcário é vantajosa
sob o aspecto técnico e ambiental para relações água/aglomerante de 0,50 (utilizadas
para concretos usuais), e teores de substituição de 15% e 7,5%. Para relações a/agl
mais baixas, ou para o aumento do teor de substituição, deve-se efetuar um estudo
mais detalhado pois o risco da ocorrência de spalling é muito grande. Da mesma
forma, a utilização do ensaio de VPU para aferição das condições de integridade do
material se mostra válida e viável, porém, não foi conclusiva a viabilidade do uso do
módulo de elasticidade dinâmico nesta situação.
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