O processo saúde-doença de servidores públicos de uma instituição federal de ensino superior do interior do Rio Grande do Sul
Resumo
Esta pesquisa teve o intuito de compreender como servidores, com diagnóstico de transtorno psíquico, vivenciaram a experiência de adoecimento e afastamento por meio de Licença Tratamento de Saúde e, o posterior retorno ao trabalho; identificar o perfil dos servidores que vivenciaram a licença tratamento de saúde e propor, a partir da pesquisa realizada, estratégias que possam auxiliar na promoção da saúde mental dos trabalhadores do setor público. Para tanto, foram realizados dois estudos. O primeiro caracterizou-se como uma pesquisa de abordagem quantitativa na forma de um estudo descritivo-exploratório e foi desenvolvida a partir de dados fornecidos pelo Serviço de Pericia Oficial em Saúde. A análise dos dados coletados se deu pela inserção dos mesmos no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) for Windows ver. 15 e a submissão ao tratamento estatístico dos registros e a criação de gráficos. Após essa etapa, os dados foram analisados de forma qualitativa por meio da perspectiva teórica da Psicodinâmica do trabalho. Os resultados apontaram que o perfil predominante dos servidores afastados no perído do estudo foi: mulheres na faixa etária de quarenta e um (41) a cinquenta (50) anos de idade, ocupantes de cargo tecnico-administrativos e lotadas em unidades da instituição relacionadas à area da saúde e com o tempo de serviço entre vinte e um (21) e trinta (30) anos de exercício. Já, o segundo utilizou como instrumento entrevistas semiestruturadas às quais foram realizadas com quatro servidoras e os dados analisados pelo viés da psicanálise. Os resultados apontaram o potencial de adoecimento que o trabalho pode ter, principalmente, no que tange as relações interpessoais com chefias e pares e não ao conteúdo do trabalho desenvolvido em si.Diante dos resultados encontrados: considerando que o modelo de gestão contribui significativamente para o processo de adoecimento acredita-se que a partir do perfil do servidores em LTS por transtornos mentais e comportamentais é necessário desenvolver diferentes ações de prevenção do adoecimento e promoção de saúde no âmbito mental da IFE, principalmente, no que se refere aos gestores da instituição.
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