Ambiente de prática e empoderamento de enfermeiros de um hospital universitário
Resumo
O empoderamento deriva de um ambiente de trabalho composto por uma série de características, que quando avaliadas como positivas, pelos trabalhadores, resultam em melhor desempenho profissional, especialmente em ambientes hospitalares. Diante disso, a presença de determinadas características no ambiente de prática profissional pode contribuir para obtenção de melhores resultados, especialmente no que tange ao cuidado de enfermagem. O presente estudo teve como objetivo analisar as características do ambiente da prática profissional e mensurar os níveis de empoderamento estrutural dos enfermeiros de um Hospital Universitário do Sul do Brasil. Caracteriza-se por um estudo transversal, descritivo com abordagem metodológica quantitativa. A investigação foi realizada em um Hospital Universitário do sul do Brasil, no período de fevereiro a junho de 2018. A amostra da pesquisa foi constituída por 237 enfermeiros que atuavam em diferentes unidades, sendo: Unidades de Internação; Área cirúrgica e obstétrica, Unidades de Terapia Intensiva; Hemato-oncologia; Pronto-Socorro; Psiquiatria e Ambulatórios. A coleta de dados se deu por meio da aplicação de três instrumentos autorrespondidos: ficha de caracterização pessoal; profissional e do ambiente de trabalho, a versão brasileira do Nursing Work Index – Revised (NWI-R) e a versão brasileira do Questionário de Condições de Eficácia no Trabalho II (CWEQ-II). A análise dos dados foi realizada no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 21. Foram respeitados todos os princípios éticos relativos à pesquisa com seres humanos, de acordo com a Resolução nº 466/2012. Participaram do estudo 237 (86,1%) enfermeiros, a maioria do sexo feminino (88,2%), com média de 38 anos de idade. Os resultados apontaram que o ambiente é favorável à prática profissional dos enfermeiros. As médias das subescalas do NWI-R foram: “autonomia” (2,26), “controle sobre o ambiente” (2,39), “relações entre médicos e enfermeiros” (2,29) e “suporte organizacional” (2,27). Esses valores indicam que os enfermeiros, têm autonomia, controle sobre o ambiente, boas relações com médicos e enfermeiros e suporte organizacional. Em relação aos resultados do CWEQ-II, identificou-se uma média de 18,06, revelando que os enfermeiros participantes do estudo possuem um nível moderado de Empoderamento estrutural. O maior valor foi obtido na dimensão Oportunidade (4,08), seguido pelas dimensões Recursos (3,17) e Poder informal (3,04); enquanto as pontuações de Suporte (2,67), Poder formal (2,59) e Informações (2,51) foram as mais baixas. Pode-se concluir que o ambiente de prática foi avaliado como favorável à prática profissional, os enfermeiros têm autonomia, controle sobre o ambiente, boas relações com médicos e enfermeiros e suporte organizacional. Os enfermeiros possuem um nível moderado de Empoderamento estrutural no ambiente de trabalho, quando percebem um maior acesso a oportunidade, seguida de recursos, suporte e informações, permitindo o desenvolvimento e desempenho profissional dento do ambiente laboral. Dessa forma, destaca-se a importância dos gestores investirem na construção de ambientes favoráveis, em que os enfermeiros se sintam empoderados, de tal modo que isso leve a uma maior satisfação profissional e melhora na qualidade assistencial, trazendo melhorias para as organizações hospitalares.
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