Portunhol selvagem: uma (in)cômoda resistência poética
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Data
2019-10-18Primeiro membro da banca
Glozman, Mara Ruth
Segundo membro da banca
Medeiros, Vanise Gomes de
Terceiro membro da banca
Sofia, Estanislao
Quarto membro da banca
Sturza, Eliana Rosa
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A partir do objeto teórico cerne desta reflexão científica, o qual compreende o discurso em e sobre portunhol selvagem, é desenvolvida a temática de uma língua amalgamada como possível manifestação poética de resistência. Para tanto, a questão de pesquisa abrange os efeitos de sentido da designação selvagem e as contradições que a poética desse portunhol produz ao se colocar como resistência. O objetivo principal é problematizar o lugar autoafirmado de resistência, pensando nas falhas e equívocos constitutivos do funcionamento discursivo em e sobre portunhol selvagem. Os objetivos específicos envolvem explorar a nomeação portunhol selvagem, bem como sua consequente designação, já que esse gesto envolve movimentos semânticos – o processo de designação – e movimentos discursivos – a identificação e a subjetivação. A delimitação do objeto analítico se dá, especialmente, em torno de algumas declarações dadas pelo escritor Douglas Diegues, elas são recortadas de entrevistas, sendo que o escritor responde a questões sobre o portunhol selvagem em portunhol selvagem, sempre de forma escrita. Considerando o elo indissociável entre oralidade, escrita e literatura como constitutivo do portunhol selvagem, é feita uma relação desse objeto com a tríade sujeito-discurso-ideologia, e o aparato teórico desta tese envolve, sobretudo, a teoria materialista do discurso, especialmente conforme mobilizada por Michel Pêcheux na Análise de Discurso francesa (AD). As conclusões indicam por que essa resistência é considerada (in)cômoda para esta tese, pois, do ponto de vista social, cultural, econômico e histórico, ela se apresenta conveniente e exequível ao sujeito do portunhol selvagem ao mesmo tempo em que perturba e desafia padrões linguísticos, poéticos e literários tradicionalmente estabelecidos.
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