Efeito da silimarina e silibinina sobre as alterações comportamentais e neuroquímicas induzidas por 6-hidroxidopamina em camundongos
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Data
2018-10-11Primeiro membro da banca
Rosemberg, Denis Broock
Segundo membro da banca
Sagrillo, Michele Rorato
Terceiro membro da banca
Brandão, Ricardo
Quarto membro da banca
Puntel, Robson Luiz
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A doença de Parkinson (DP) é uma doença neurodegenerativa incapacitante que afeta cerca de 1-2% da população mundial. A levodopa é o tratamento mais utilizado para atenuar os sintomas da DP, entretanto a longo prazo este fármaco leva a flutuações na resposta clínica e ao surgimento de discinesias, fazendo-se necessário a busca por novas alternativas farmacológicas. Nesse sentido, a silimarina, isolada das sementes de Silybum marianum e a silibinina, seu constituinte majoritário, são substâncias biotivas que tem demonstrado efeitos antioxidantes, neuroprotetores. Desta forma, o objetivo deste estudo foi investigar os efeitos da silimarina e da silibinina nas alterações comportamentais e neuroquímicas induzidas por 6-hidroxidopamina (6-OHDA) em camundongos, além de avaliar o efeito do co-tratamento com silimarina e levodopa. Primeiramente, os animais receberam uma injeção intracerebroventricular (i.c.v.) de 6-OHDA (60 μg) ou veículo (salina contendo 0,05% de ácido ascórbico). Após 7 dias iniciou-se o tratamento com diferentes doses de silimarina (10, 30 ou 100 mg/kg) por via intraperitoneal (i.p.) durante 7 dias. As avaliações comportamentais foram realizadas nos dias 8 e 15 do período experimental. A 6-OHDA causou prejuízo motor nos animais, o qual foi acompanhado por uma redução na imunorreatividade da tirosina hidroxilase (TH) e um aumento na ERK1/2 fosforilada no estriado e na substância negra. O tratamento com silimarina recuperou a coordenação motora dos animais sem efeito na ERK1/2 fosforilada. Na substância negra a silimarina na dose de 30 mg/kg restaurou as alterações na TH induzidas pela 6-OHDA. Além disso, foi avaliado o efeito da silibinina no modelo da 6-OHDA, onde os animais receberam uma injeção i.c.v. de 6-OHDA ou veículo. Após 7 dias iniciou-se o tratamento com diferentes doses de silibinina (50 ou 100 mg/kg, i.p.) durante 7 dias. A 6-OHDA induziu uma disfunção motora que foi acompanhada por uma redução na imunorreatividade da TH no estriado. A silibinina recuperou o equilíbrio motor dos animais avaliado no teste da caminhada sobre a barra como também modificou os níveis da TH. Na sequência investigou-se o efeito do co-tratamento com silimarina e levodopa no modelo da 6-OHDA. Sete dias após a administração de 6-OHDA ou veículo iniciou-se o tratamento com silimarina (30 mg/kg, i.p.) e/ou levodopa (25 mg/kg, i.p.) mais benserazida (10 mg/kg, i.p.) por 28 dias. O tratamento com silimarina recuperou a atividade locomotora dos animais, embora o co-tratamento com silimarina não tenha potencializado o efeito da levodopa no dano motor causado pela 6-OHDA. Além disso, o tratamento concomitante com silimarina e levodopa parece antecipar o surgimento da discinesia orofacial, observado por um aumento no número nos movimentos de mascar no vazio (MMVs). No 36º dia administrou-se apomorfina (1 mg/kg) e avaliou-se a locomoção e a estereotipia dos animais. No entanto, não foram observadas diferenças significativas na locomoção e na estereotipia dos animais. Os resultados sugerem que o efeito da silimarina no modelo da 6-OHDA possivelmente se deve ao sinergismo de todos os seus componentes e não apenas a ação de seu principal constituinte, a silibinina. Assim, a silimarina poderia vir a ser um agente terapêutico promissor no tratamento inicial para os sintomas parkinsonianos leves. No entanto, a silimarina deve ser melhor estudada antes de ser utilizada como um adjuvante à terapia com levodopa, tendo em vista que a combinação de ambos os tratamentos parece precipitar o surgimento da discinesia em camundongos.
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