Atividade farmacológica da tintura das folhas de Baccharis trimera (LESS)

Visualizar/Abrir
Data
2018-08-16Primeiro coorientador
Lopes, Gilberti Helena Hübscher
Primeiro membro da banca
Santos, Gabriela Trevisan dos
Segundo membro da banca
Campos, Marli Matiko Anraku de
Terceiro membro da banca
Machado, Michel Mansur
Quarto membro da banca
Sagrillo, Michele Rorato
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A planta pertencente à família Asteraceae, Baccharis trimera (Less) DC é uma árvore de pequeno porte, encontrada em solos rochosos e em campos arenosos do sul do Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina e, nestes locais, é conhecida popularmente como carqueja. Seu chá é utilizado para tratar doenças gastrointestinais e do fígado, distúrbios renais e diabetes. Devido os seus diversos usos, este trabalho teve como objetivo avaliar a atividade antimicrobiana, da toxicidade aguda e de doses repetidas por 28 dias e reprodutiva da tintura das folhas de B. trimera (Less) em ratos. Para realização dos protocolos experimentais foi utilizado a tintura da planta fornecida pela indústria Flores e Ervas Com. Farm. Ldta. A análise por CLAE revelou a presença majoritária de flavonoides na planta. Estes compostos podem ser os responsáveis pela atividade antimicrobiana in vitro da tintura das folhas de B. trimera frente a bactérias comprovada através da realização dos testes de microdiluição em caldo, e determinação a concentração inibitória mínima demonstrando boa atividade contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. Como metodologia para toxicidade foi utilizada as diretrizes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico 423 e 407. Na análise da toxicidade aguda, uma única dose de 2000 mg/kg de B. trimera foi administrada oralmente a ratos de ambos os sexos. A tintura não induziu quaisquer sinais de toxicidade ou mortalidade e pode ser classificada como segura (categoria 5), de acordo com o guia. No estudo de toxicidade de doses repetidas, a fração da planta foi administrada oralmente aos animais, machos e fêmeas, em doses de 100, 200 e 400 mg/kg/dia durante 28 dias. Neste protocolo não houve mudanças significativas nos parâmetros hematológicos e bioquímicos, exceto para as enzimas hepáticas alanina aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST) que apresentaram uma redução em ambos os sexos. Além disso, a tintura B. trimera não interferiu na peroxidação lipídica, atividades δ-ALA-D e enzima CAT. Na avaliação da toxicidade gestacional, nos protocolos de implantação (tratamento do 3-5 dias de gestação), aborto (tratamento do 10-12 dias de gestação) e experimentos de parto (19-21 dias de gestação), a planta não alterou o número de fetos, o peso e não causou malformação nos mesmo. O peso dos órgãos e a dosagem de progesterona das ratas não apresentou alteração nos grupos tratados em relação ao grupo controle. Assim, conclui-se pelos protocolos utilizados que a tintura de B. trimera nas doses estudadas pode ser considerado relativamente seguro para utilização, inclusive no período gestacional.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: