Terapia de fala com uso de ultrassonografia em casos de anteriorização de fricativas
Resumo
Objetivo: Verificar os efeitos da terapia de fala utilizando o biofeedback da ultrassonografia (USG) em proposta de intervenção de crianças com distúrbio dos sons da fala (DSF) que realizavam a estratégia de reparo de anteriorização de fricativas. Metodologia: A amostra foi composta por quatro crianças com DSF que realizavam anteriorização de fricativa e tinham idades entre sete anos e nove anos e seis meses no início do processo terapêutico. Todas realizaram avaliações fonoaudiológica gerais e de US, sendo esta última realizada também nos diferentes momentos terapêuticos, assim como a avaliação do sistema fonológico. O estudo propôs um modelo de terapia formado por períodos. Cada período continha cinco sessões, sendo quatro destinadas à terapia propriamente dita com biofeedback US e uma destinada à reavaliação. Assim, a criança realizava uma avaliação inicial pré-terapia, uma avaliação a cada final de período. Também, foi realizada uma avaliação após 45 dias do término do tratamento, no intuito de verificar a ocorrência da aquisição, generalização e retenção. O primeiro período foi destinado ao tratamento do som // em Onset Medial (OM), e o segundo período para o tratamento do // também em OM. A partir das sondagens ao final dos períodos 1 (FP1) e 2 (FP2) foi observado se havia ocorrido aquisição ou generalização dos sons trabalhados para a posição de onset inicial (OI) e palavras não treinadas em sessão. Caso esta não tivesse ocorrido, deveria ser realizado um período para estimulação do som alvo na posição em que teve dificuldade de generalizar. Resultados: Foram realizados apenas dois períodos de tratamento, sendo observado que todos os participantes realizaram a aquisição dos sons trabalhados, // e // em OM, com generalização para palavras não-treinadas, e também a aquisição destes sons na posição de OI. Na avaliação da retenção, verificou-se que o tratamento apresentou resultados satisfatórios para a maioria dos participantes, sendo observado que três dos quatro participantes conseguiram aprender os gestos de língua que lhe foram ensinados. Conclusão: O modelo de terapia proposto com o biofeedback ultrassonográfico foi benéfico para a maioria das crianças, favorecendo a aquisição, generalização e retenção dos sons tratados.
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