As estratégias de convivência com o semiárido alicerçada no saber local: uma análise a partir do território Sertão do Araripe - PE
Visualizar/ Abrir
Data
2020-01-29Primeiro coorientador
Pires, Maria Luiza Lins e Silva
Primeiro membro da banca
Balem, Tatiana Aparecida
Segundo membro da banca
Freitas, Helder Ribeiro
Terceiro membro da banca
Dalbianco, Vinicius Piccin
Quarto membro da banca
Picolotto, Everton Lazzaretti
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O presente trabalho objetiva analisar, através das memórias e estratégias vivenciadas pelas famílias agricultoras frente aos anos de grandes secas, evidenciando como essas famílias agricultoras constroem, a partir das experiências de vida acumuladas, os saberes locais, em direção à Convivência com o Semiárido no Território do Sertão do Araripe - PE. Pretende-se, basicamente, conhecer e compreender o processo de construção do conhecimento das famílias agricultoras, capaz de possibilitar a Convivência com o Semiárido, identificando, as formas de aprendizagem que estas famílias utilizam na produção do saber local para permanência, em anos de secas, bem como analisar como o conhecimento local, se expressa na reprodução social das famílias agricultoras sertanejas a partir do seu modo de vida, constituindo uma cultura de convívio com o Semiárido construída e aprendida há gerações. A metodologia da pesquisa objetivou alcançar traços subjetivos por meio de uma visão mais holística dos fatos e fenômenos, para isto utilizamos como instrumentos metodológicos: a) análise do discurso de famílias agricultoras; b) interpretação dos sentidos apreendidos; c) observação participante. A análise e construção dos sentidos para o documento tese guiou-se por a Teoria das representações sociais. Assim, apresentamos o contexto do Semiárido brasileiro, destacando em especial o Sertão, a historiografia das secas no Sertão e seu impacto na formação social, a construção identitária dos Sertões, os caminhos para a Convivência com o Semiárido, também apresentamos o histórico de formação da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), e entrelaçamos com os significados, memórias de estratégias de Convivência com o Semiárido construída pelas famílias agricultoras. O que nos permite perceber que, as famílias agricultoras do Sertão do Araripe, em particular, possuem seu próprio sistema de monitoramento e interpretação do clima Semiárido, os sabres adquiridos através das gerações passadas e pela observação da natureza os ajudam na tomada de decisão, constitui o modo de vida e preveni de alguma maneira quando uma seca se acentua, somado a infraestrutura hídrica, novas técnicas de manejo, estratégia de estoque, trabalhadas também a partir da ação extensionista das ONGs locais, este conjunto de estratégias foram responsável por uma mudança da condição de sobrevivência para uma Convivência. As famílias do Araripe demonstram através do uso de vários métodos de observação da natureza como elemento parte da construção do conhecimento para as estratégias de Convivência com o Semiárido. A revelação desses saberes permitiu compreender que a produção de conhecimentos é diversificada, constitui e reforça a identidade dos grupos sociais, são responsáveis por reconstituir o pensamento e influenciam nas práticas sociais e no modo de vidas das famílias. Identificamos que a construção do conhecimento para Convivência com o Semiárido não está definitiva. É um processo em formação e encontra-se com um grande desafio. Constatamos que as estratégias de Convivência com o Semiárido alicerçada no saber tradicional, com base na experiência empírica, pode ser um complemento importante para implementação de políticas públicas no Semiárido, além de contribuírem também nas previsões meteorológicas que hoje trabalham apenas com base probabilística, pelos institutos de pesquisa meteorológica.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: