Desfechos da terapia manual sobre a biomecânica da deglutição, função respiratória e qualidade de vida de indivíduos com DPOC
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Data
2018-07-05Primeiro coorientador
Pasqualoto, Adriane Schmidt
Primeiro membro da banca
Dumke, Anelise
Segundo membro da banca
Bolzan, Geovana de Paula
Terceiro membro da banca
Albuquerque, Isabella Martins de
Quarto membro da banca
Almeida, Sheila Tamanini de
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Introdução: a hiperinsuflação pulmonar, característica principal da DPOC, resulta em disfunções da musculatura respiratória, colocando o diafragma em desvantagem mecânica e recrutamento dos músculos acessórios da respiração. Como resultado, a função respiratória e a qualidade de vida (QV) ficam prejudicadas. A biomecânica toracoabdominal alterada nestes casos é uma das causas de incoordenação entre respiração/deglutição que pode estar associada à presença dos transtornos de deglutição predispondo os indivíduos ao risco aspirativo. A Terapia Manual (TM) tem sido aplicada no manejo de indivíduos com disfunções respiratórias, como o método de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) e a Técnica de Liberação Diafragmática (TLD), para proporcionar melhor ação da musculatura respiratória. Até o momento, pesquisas que tenham associado ambas as técnicas no manejo de indivíduos com DPOC não foram encontradas na literatura, bem como sua possível implicação sobre a deglutição. Objetivo: analisar os desfechos da terapia manual sobre a biomecânica da deglutição, função respiratória e QV de indivíduos com DPOC. Método: foram avaliados 18 indivíduos com idade média 66,06±8,86 anos, 61,1% (11) homens e %VEF1 médio 40,28±16,73 antes e após programa de TM. As medidas da biomecânica da deglutição foram: tempo de trânsito oral, tempo de trânsito faríngeo (TTF), número de deglutições, resíduos em valéculas (VL) e seios piriformes, penetração/aspiração e movimentação do hioide na deglutição das consistências líquida e pastosa. Já os desfechos da função respiratória foram: frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), saturação periférica de oxigênio (SpO2), pressões inspiratória (PIMÁX) e expiratória (PEM) máximas, sensação de dispneia (MRC) e QV (SGRQ). Resultados: na biomecânica da deglutição foi observada diferença significativa no TTF (p=0,04), resíduos em VL (p=0,03), elevação máxima do hioide (p=0,003) e deslocamento do hioide (p=0,02) na consistência pastosa. Na consistência líquida observou-se apenas redução de resíduos em VL (p=0,001). Na função respiratória houve diferença na FC (p=0,04), FR (p=0,007), SpO2 (p<0,0001), PIMÁX e %PIMÁX (p<0,0001), PEM e %PEM (p=0,001). Na QV vida os domínios sintomas (p=0,001), impacto (p=0,001) e pontuação total (p=0,001) diferiram antes e após o programa. Conclusão: o programa de TM interferiu na biomecânica da deglutição demonstrada pela redução do TTF, resíduos em VL e maior elevação e deslocamento do hioide na consistência pastosa. Na consistência líquida houve redução de resíduos em VL. Na função respiratória houve melhora dos parâmetros vitais, aumento da força muscular respiratória e melhora na QV.
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