Atividade do óleo de Cymbopogon flexuosus livre e nanoestruturado frente a micobactérias de crescimento rápido
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Data
2018-02-28Autor
Rossi, Grazielle Guidolin
Primeiro coorientador
Santos, Roberto Christ Vianna
Primeiro membro da banca
Peres, Paulo Edelvar Correa
Segundo membro da banca
Machado, Alencar Kolinski
Metadata
Mostrar registro completoResumo
As micobactérias de crescimento rápido (MCR) são patógenos emergentes responsáveis por
diversas infecções em humanos, embora muitas vezes sejam considerados apenas como
contaminantes ou colonizadores. A formação de biofilmes por esses micro-organismos causa
grande preocupação para a saúde pública, devido sua maior patogenicidade em humanos e a
resistência aos antimicrobianos. As células microbianas dentro do biofilme são protegidas por
uma matriz polimérica autoproduzida que retarda a difusão dos antimicrobianos, impedindo
que o fármaco penetre nas camadas mais profundas e tenha sua ação efetiva. Deste modo,
torna-se importante buscar alternativas eficazes contra a formação de biofilmes. Neste
sentido, o uso de produtos biológicos, bem como a utilização de nanoestruturas vêm sendo
estudados para o controle de formação e desenvolvimento de biofilmes. Este trabalho teve
como objetivo principal avaliar a ação do óleo essencial (OE) de Cymbopogon flexuosus livre
e em nanoemulsão sobre cepas de MCR, na forma planctônica e séssil. O OE foi caracterizado
quimicamente. A nanoemulsão obtida pelo método de homogeneização sob alta agitação foi
caracterizada quanto a sua estabilidade, carga de superfície e tamanho de partícula. Os ensaios
de Concentração Inibitória Mínima (CIM) e de curva de morte foram determinadas contra as
cepas padrão de MCR Mycobacterium abscessus (ATCC 19977), Mycobacterium fortuitum
(ATCC 6841) e Mycobacterium massiliense (ATCC 48898). A capacidade do óleo e da
nanoemulsão em inibir a formação do biofilme e destrui-lo foi avaliada por macrotécnica
semi-quantitativa. No ensaio de suscetibilidade dos micro-organismos na forma planctônica, a
nanoemulsão apresentou maior atividade microbiana, com valores da CIM inferiores aos
apresentados pelo OE livre. No entanto, o OE livre teve ação bactericida, enquanto a
nanoestrutura teve somente ação bacteriostática. Na avaliação da atividade contra biofilmes
de MCR, ambos foram eficientes na destruição do biofilme já formado, enquanto somente o
óleo livre inibiu da formação de biofilme micobacteriano. Os resultados desta dissertação
impactam sobre a descoberta de uma nova formulação famacêutica, capaz de potencializar os
efeitos do OE e prejudicar a formação de biofilmes. Ademais, este trabalho estimula o
aprofundamento em metodologias que visam esclarecer a influência exercida pelo OE e a
nanoemulsão sobre os fatores genéticos e fisiológicos associados à formação de biofilmes.
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