Atividade do ganciclovir em coelhos inoculados com o alfaherpesvírus equino 1
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Data
2019-02-27Primeiro coorientador
Cargnelutti, Juliana Felipetto
Primeiro membro da banca
Weiblen, Rudi
Segundo membro da banca
Weiss, Marcelo
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O alfaherpesvírus equino 1 (EHV-1), membro da família Herpesviridae e subfamília
Alphaherpesvirinae, possui distribuição mundial e tem sido associado com abortos, doença
respiratória e neurológica em equinos. Como os fármacos anti-herpéticos de uso humano ainda
não são rotineiramente utilizados em medicina equina, não há tratamento específico para as
doenças associadas com o EHV-1. Assim, o objetivo deste trabalho foi investigar a atividade
in vivo anti-EHV-1 do ganciclovir (GCV), um análogo de nucleosídeo utilizado no tratamento
de infecções herpéticas em humanos. Os testes in vivo foram realizados em coelhos, um modelo
experimental para a doença respiratória pelo EHV-1. Para isso, dezoito coelhos da raça Nova
Zelândia com aproximadamente 30 dias de idade foram alocados em três grupos de 6 animais
cada, e cada grupo recebeu um tratamento: (G1) inoculados pela via intranasal (IN) com meio
RPMI; (G2) inoculados pela via IN com 107
DICC50 do EHV-1 cepa Kentucky D e (G3)
inoculados com o EHV-1 e tratados com o GCV (via intravenosa, 2,5mg/kg a cada 12h por 7
dias). Após a inoculação, os animais foram monitorados nos aspectos clínicos, virológicos e
patológicos durante 15 dias. Todos os animais do G2 apresentaram sinais sistêmicos (apatia,
inapetência) e sinais clínicos respiratórios, de severidade variável, entre os dias 3 e 13 pi. Esses
sinais consistiram de secreção nasal serosa à mucopurulenta e dificuldade respiratória leve à
grave, além de secreção ocular. Além disso, esses animais apresentaram ganho de peso inferior
aos grupos controle (G1) e ao grupo tratado com GCV (G3) nos dias 4, 6, 10, 12 e 14 pi
(p<0,05). Um coelho deste grupo apresentou sinais neurológicos e morreu no dia 3 pós
inoculação (pi). A presença do vírus no pulmão deste animal foi confirmada pelo isolamento
viral e achados de histopatologia. Ao contrário, os animais do grupo G3 (inoculados com o
EHV-1 e tratados com GCV) não apresentaram sinais sistêmicos e apresentaram apenas
secreção nasal serosa leve. O ganho de peso desses animais foi semelhante aos animais do grupo
controle (G1) e superior aos do grupo G2 nos dias 4, 6, 10, 12 e 14 pi (p<0,05). Excreção viral
em secreções e soroconversão ao EHV-1 foram observados tanto nos animais do G2 quanto do
G3, sem diferenças evidentes em magnitude e duração. Assim, o tratamento com GCV nos
coelhos infectados com o EHV-1 (G3) resultou em manutenção do ganho diário de peso,
abolição dos sinais sistêmicos e atenuação importante dos sinais clínicos respiratórios. Esses
resultados são promissores no sentido da utilização do GCV no tratamento de infecções
herpéticas em equinos. Não obstante, estudos mais aprofundados investigando-se diferentes
doses, frequência de administração e atividade quando administrado após início dos sinais
clínicos são necessários antes de sua utilização nessa espécie.
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