Monitoramento da resposta molecular aos inibidores de tirosino-quinase em pacientes com leucemia mieloide crônica
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Data
2019-02-28Primeiro membro da banca
Leal, Daniela Bitencourt Rosa
Segundo membro da banca
Santos, Karen Freitas
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) está associada ao cromossomo Philadelphia. Este cromossomo
anormal forma o gene quimérico BCR-ABL1, o qual é responsável por produzir uma proteína com
atividade de tirosino quinase. Os fármacos inibidores desta proteína (ITQs) usados no Brasil são:
mesilato de imatinibe (MI), dasatinibe e nilotinibe. A resposta a estes tratamentos farmacológicos pode
ser expressa em três níveis: hematológica, citogenética e molecular. Esta última é a mais sensível e é
avaliada por Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real (RQ-PCR). O tratamento visa o alcance
da Resposta Molecular Maior (RMM), cuja razão dos níveis do transcrito quimérico bcr-abl1 e o controle
endógeno são menores ou iguais a 0,1%. O European Leukemia Net (ELN) estabelece diretrizes para
as respostas moleculares de acordo com a quantificação dos transcritos e o tempo de tratamento com
ITQs, classificando-as como resposta ótima, alerta e falha. Segundo a literatura, sabe-se que
aproximadamente 15-25% dos pacientes tratados com MI não alcançam a resposta ótima. Em virtude
do baixo número de trabalhos que mostram o monitoramento molecular da LMC no Brasil, avaliamos a
resposta molecular ao tratamento com os ITQs de pacientes com LMC tratados no HUSM através do
monitoramento por RQ-PCR para quantificação dos transcritos do gene de fusão BCR-ABL1. A análise
se deu através do banco de dados do Serviço de Hematologia-Oncologia do HUSM e a quantificação
dos transcritos e a pesquisa de mutação no gene ABL foram realizadas em laboratório externo. Foram
revisados 117 prontuários, sendo que 58,11% eram da população masculina. A média de idade ao
diagnóstico foi de 48,1 anos e 9,4% dos pacientes foram a óbito. Seis pacientes foram analisados à
parte por características diferenciadas dos demais. Assim, dos 111 pacientes, 52,25% dos pacientes
receberam exclusivamente MI, 42,30% atingiram a RMM aos 12 meses e 73,40% tiveram RMM em
algum momento durante o tratamento com MI. 54,25% dos pacientes que usaram exclusivamente o MI
alcançaram a RMM e a mantiveram até o fim. Dos 47,74% que mudaram de ITQ, 58,82% alcançaram
a RMM logo após a troca e mantiveram até o fim esta resposta. Dos 19 (37,25%) pacientes que
falharam ao longo da troca, 14 foram para a terceira linha de terapia. Atualmente 91,06% dos pacientes
que usam MI estão com RMM, assim como 65,37% dos pacientes que usam nilotinibe e 58.81% dos
que usam dasatinibe. Dos pacientes que foram testados para mutação no gene ABL, 40% tinham
presença. Segundo os critérios do estudo EURO-SKI cinco pacientes seriam elegíveis para entrar num
protocolo de estudo de Remissão Livre de Tratamento. Observamos uma melhora no monitoramento
ao longo do tempo, bem como bons resultados de RMM frente aos três ITQs usados no HUSM
atualmente. Nossos resultados estão em acordo com a literatura e o HUSM tem sido bem visto no
cenário brasileiro com o monitoramento molecular que tem com seus pacientes para avaliar as
respostas do uso de ITQs.
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