Níveis séricos elevados de ácido úrico estão associados à oxidação de nucleosídeos em pacientes com diabetes mellitus tipo 2
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Data
2019-01-25Autor
Stein, Carolina dos Santos
Primeiro coorientador
Moresco, Rafael Noal
Primeiro membro da banca
Vaucher, Rodrigo de Almeida
Segundo membro da banca
Bitencourt, Paula Eliete Rodrigues
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O ácido úrico, mesmo em concentrações fisiológicas, é capaz de causar danos a
biomoléculas através de diversos mecanismos. Em especial, a hiperuricemia é
capaz de favorecer a formação de espécies radicalares intracelulares, dessa forma,
contribuindo para o surgimento de produtos da oxidação de nucleosídeos, como o 8-
hidroxi-2’-deoxiguanosina (8-OHdG). Sabe-se que portadores de diabetes mellitus
tipo 2 (DM2) possuem níveis mais elevados de oxidação de nucleosídeos e ácido
desoxirribonucleico (DNA) em comparação a indivíduos saudáveis, porém, pouco foi
explorado sobre o papel dos níveis séricos de ácido úrico na promoção desse dano
em humanos. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar a relação entre
os níveis séricos de ácido úrico e as concentrações urinárias de 8-OHdG, além da
influência do controle glicêmico e de outros fatores sobre essa relação, em pacientes
portadores de DM2 e indivíduos saudáveis. Foram recrutados, no Hospital
Universitário de Santa Maria, 61 pacientes de ambos os gêneros, sendo 46
portadores de DM2, os quais foram atendidos no Ambulatório de Endocrinologia. Os
níveis de ácido úrico, 8-OHdG e outros parâmetros foram mensurados, e então, os
indivíduos foram estratificados conforme a mediana de ácido úrico sérico da
população de estudo (< 5,3 mg/dL e ≥ 5,3 mg/dL). Os pacientes diabéticos que
possuíam maiores níveis de ácido úrico demonstraram maiores níveis urinários de 8-
OHdG comparados àqueles com menores níveis (20,0 [16,0–35,0] versus 16,6
[13,0–23,0] ng/mL, P=0.014, respectivamente). Essa diferença não foi observada
nos indivíduos controles (P=0.483). Além disso, uma correlação positiva significativa
foi encontrada entre esses dois parâmetros (r = 0.40, P<0.01). Ainda, foi observado
que essa associação aconteceu de forma independente de fatores como
hipertensão, creatinina sérica, índice de massa corporal e gênero. O controle
glicêmico, parâmetros inflamatórios e oxidativos foram semelhantes entre os grupos,
demonstrando que esses fatores não contribuíram para a elevação no 8-OHdG.
Conforme os resultados obtidos, a associação entre os níveis séricos de ácido úrico
e 8-OHdG urinário em pacientes portadores de DM2 indicam que elevações no ácido
úrico podem estimular uma maior oxidação de nucleosídeos, independentemente de
outros fatores.
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