Atividade in vitro Anti-Pythium insidiosum do cloridrato de amorolfina e azitromicina isoladamente e em combinação
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Data
2020-08-28Autor
Ianiski, Lara Baccarin
Primeiro membro da banca
Pereira, Daniela Isabel Brayer
Segundo membro da banca
Weiblen, Carla
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Mostrar registro completoResumo
Pythium insidiosum, pertence ao Reino Stramenopila (super grupo Stramenopiles-Alveolata-
Rhizaria - SAR), Classe Oomycetes, Ordem Pythiales, Família Pythiaceae, Gênero Pythium e
Espécie Pythium insidiosum é o agente etiológico da pitiose, doença granulomatosa crônica,
geralmente fatal, com capacidade de infectar animais e seres humanos. Prevalente em áreas
tropicais, subtropicais e temperadas, a pitiose é comumente relatada em seres humanos no
sudeste da Ásia, principalmente na Tailândia. Entretanto, no Brasil, a pitiose tem maior
ocorrência no Pantanal Mato-Grossense e no Rio Grande do Sul, sendo a espécie equina a
mais acometida. Este oomiceto apresenta características que o distingue dos fungos,
especialmente a via de biossíntese de ergosterol incompleta, principal alvo de ação de
fármacos antifúngicos existentes, tornando-o pouco suscetível as terapias quimioterápicas
comercialmente disponíveis. Na tentativa de estabelecer um protocolo terapêutico eficiente
para o controle desta enfermidade, possibilidades terapêuticas visando combater infecções por
P. insidiosum vêm sendo amplamente avaliadas. Sendo assim, este estudo, avaliou o perfil de
suscetibilidade in vitro de isolados de P. insidiosum (n = 20) frente ao cloridrato de
amorolfina (AMR) e à azitromicina (AZM) isoladamente e em combinação. Os testes de
suscetibilidade foram realizados de acordo com protocolo M38-A2 do CLSI e as combinações
foram avaliadas pelo método de microdiluição checkerboard. Adicionalmente, realizou-se
microscopia eletrônica de varredura e transmitância a fim de verificar os efeitos sobre os
isolados tratados com os fármacos. Todos os isolados de P. insidiosum avaliados
apresentaram concentração inibitória mínima (CIMs) variando de 16 a 64 mg/L quando
utilizado AMR e de 8 a 64 mg/L para AZM. Interações sinérgicas não foram observadas,
evidenciando-se 59,8% de antagonismo e 36,2% de interações indiferentes. Nas análises de
microscopia eletrônica de varredura e transmitância, evidenciou-se alterações na superfície
das hifas de P. insidiosum, desorganização das organelas intracelulares, bem como
modificações na membrana plasmática e na parede celular quando o micro-organismo foi
tratado com ambos os fármacos. O uso dos fármacos isoladamente apresentou um potencial
terapêutico significativo para o tratamento da pitiose. Este é o primeiro estudo a demonstrar a
atividade in vitro da AMR, bem como avaliar sua combinação com AZM frente a P.
insidiosum. Desta forma, este fármaco pode representar um potencial terapêutico a ser
futuramente pesquisado contra formas cutâneas e subcutâneas de pitiose.
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