Ação neuroprotetora do composto ebselen e do exercício físico em modelos de doença de Alzheimer esporádica em camundongos
Resumo
Sabe-se que a Doença de Alzheimer (DA) é uma doença neurodegenerativa que atinge cerca
de 47 milhões de pessoas no mundo. Este número está previsto para aumentar nas próximas
duas décadas. Uma gama de evidências tem mostrado que a patogênese da DA ainda não está
completamente clara, afirma-se que seja heterogênea, pois seu desencadeamento está
relacionado com o envolvimento de múltiplos fatores. O ebselen é um composto orgânico de
selênio, que tem merecido destaque na literatura devido suas propriedades farmacológicas. De
fato, os efeitos neuroprotetores do ebselen foram reconhecidos e seus alvos multifatoriais
parecem ser uma vantagem para estratégias terapêuticas prospectivas. Ainda, a prática de
exercício físico regular proporciona diversos benefícios, e um deles está associado a aspectos
cognitivos, em idosos. Com isso, o objetivo principal desse estudo foi investigar a ação
neuroprotetora do composto ebselen e do exercício de força na fisiopatologia da doença de
Alzheimer em modelos animais de DA esporádica (CEUA: 7372110915 – 6145050717).
Inicialmente, os resultados do artigo 1 demonstraram que o ebselen inibiu, IC50 33.14 (28.93
– 37.97) µM, a atividade da isoforma G4 da enzima acetilcolinesterase (AChE) hipocampal,
in vitro. Nos modelos animais da DA esporádica, o ebselen (50mg/kg via i.p.) mostrou um
efeito neuroprotetor em um modelo de amnésia induzida pela escopolamina, protegendo
desses efeitos deletérios nos testes comportamentais de reconhecimento do objeto e Y- Maze
em camundongos Swiss. Somado a isso, este composto apresentou uma inibição na atividade
da AChE, no hipocampo dos camundongos. Estes resultados sugerem que o ebselen modulou
a disfunção na neurotransmissão colinérgica induzida pela escopolamina. No artigo 2 o
protocolo experimental utilizando estreptozotocina (ETZ - 3 mg/kg via i.c.v.) visou um
tratamento terapêutico e repetido com doses mais baixas de ebselen (1 e 10 mg/kg via i.p.). O
tratamento com ebselen, nos camundongos, em doses baixas, foi eficaz em reverter a perda de
memória ocasionada pela no teste de reconhecimento e localização do objeto e no Y-Maze.
Além disso, o composto foi efetivo em reverter todos os parâmetros de estresse oxidativo e os
níveis de proteínas da via apoptótica nas razões de Bax/Bcl-2, PARP clivada/PARP e nos
níveis de caspase-3 no hipocampo de camundongos tratados com ETZ. O manuscrito I visou
um tratamento terapêutico não farmacológico com um programa de exercício de força
utilizando uma escada, onde os animais foram submetidos a um treino de força progressiva
com duração de 4 semanas. O exercício de força aumentou os níveis de marcadores
neurogênicos via sinalização BDNF/ERK-CAMK-II/CREB no hipocampo de camundongos,
além de suprimir a perda de memória no teste do Morris water maze (MWM), em um modelo
de DA esporádica. Finalmente, esta tese contribui para o esclarecimento dos mecanismos
neuroprotetores envolvidos na ação do ebselen e reforça a hipótese de que composto pode ser
uma interessante alternativa terapêutica para o tratamento da DA. Ainda, com relação ao
exercício físico de força, os resultados contribuem para o entendimento dos efeitos do
exercício de força sobre a DA.
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