Neoplasmas nasossinusais em cães: aspectos clínico-epidemiológicos, macroscópicos e histopatológicos
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Data
2020-02-18Primeiro membro da banca
Flores, Mariana Martins
Segundo membro da banca
Inkelmann, Maria Andréia
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A ocorrência de neoplasmas nasossinusais em cães é considerada muito baixa, por isso estudos relacionados a esses neoplasmas são escassos. Eles podem ser neoplasmas benignos ou malignos, entretanto a maior parte deles é classificada como maligna. Devido às características anatômicas e histológicas da cavidade nasal e dos seios nasais, podem surgir neoplasmas de diversas origens histológicas, devido a sua diversidade de epitélios que revestem essas cavidades e pela presença de estruturas ósseas e cartilaginosas adjacentes. Este estudo teve como objetivo realizar um levantamento retrospectivo de 2000 a 2019, contabilizando todos os casos de neoplasmas nasossinusais em cães nesse período, dentre todos os casos de biópsias e necropsias nessa espécie. Foram também computados o sexo, raça, idade, conformação do crânio, os principais sinais clínicos e as características anatomopatológicas (distribuição, macroscopia e histologia). Nesse período, 49 cães foram acometidos por neoplasmas nessas regiões, totalizando 50 neoplasmas (um cão tinha dois neoplasmas de localização e origens histogenéticas distintas). Foram acometidas quantidades semelhantes de cães sem raça definida (25/49) e cães com raça definida (24/49), estes distribuídos em 16 raças. Entre os cães com raça definida, notou-se que os cães com conformação craniana mesocefálica (12/24) foram os mais acometidos, seguidos pelos dolicocefálicos (10/24) e braquicefálicos (2/24). Foram observados 22 casos em machos e 27 em fêmeas, perfazendo a relação de 1:1,23. Ocorreu uma variação de idade de 11 meses a 16 anos; tendo os neoplasmas epiteliais ocorrido em cães mais velhos quando comparado aos de outras origens histogênicas (mesenquimais e outras origens/células redondas). Os principais sinais clínicos foram semelhantes entre as categorias histogenéticas, sendo relacionados ao comprometimento do trato respiratório superior, por vezes acompanhados de sinais nervosos (quando houve invasão encefálica de neoplasmas nasais ou vice-versa). O possível local de origem em sua maioria foi na cavidade nasal em relação aos seios nasais (e de outras localizações). Ocorreram invasões para diferentes tecidos adjacentes à cavidade nasal e seios paranasais, tendo como consequência deformidades cranianas e faciais (21/49). A frequência foi de 48% de neoplasmas epiteliais, 32% de neoplasmas mesenquimais e 10% de neoplasmas com outras origens e de células redondas. Os neoplasmas mais frequentemente observados, em ordem decrescente de frequência, foram: adenocarcinoma (9/50), carcinoma de células escamosas (9/50), tumor venéreo transmissível (5/50), osteossarcoma (5/50), condrossarcoma (4/50) e sarcoma indiferenciado (4/50). Com isso, pode-se estabelecer a frequência desses neoplasmas em 20 anos, bem como suas características clínicas, macroscópicas e histológicas.
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