Análise da origem da emissão e cinemática do gás na região central da galáxia NGC4546
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Data
2020-03-11Primeiro coorientador
Ricci, Tiago Vecchi
Primeiro membro da banca
Nicolazzi, Daniel May
Segundo membro da banca
Schimoia, Jaderson da Silva
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Acredita-se que a maioria das galáxias esferoidais hospedam um Buraco Negro Supermassivo (SMBH) em seu centro e que, em algum momento da sua vida, tenha se tornado ativo, ori- ginando um Núcleo Ativo de Galáxia (AGN). A formação e evolução da galáxia pode estar diretamente ligada ao crescimento do SMBH e ao feedback do AGN. Neste contexto, estudos detalhados sobre a cinemática e distribuição do gás ionizado na região central do AGN são fun- damentais para investigar os processos de feeding e feedback e seu impacto sobre a evolução das galáxias. Neste trabalho, apresentamos uma análise detalhada sobre a cinemática do gás ionizado e das estrelas da região interna a 170 pc da galáxia ativa NGC 4546. O objetivo geral deste trabalho é detectar e caracterizar movimentos não-circulares associados a outflows de gás ionizado a partir do AGN. As observações foram realizadas com o Gemini Multi-Object Spec- trograph (GMOS) no modo de unidade de campo integral (IFU), com cobertura espectral de 4736-6806 Å, cobrindo as linhas de emissão mais intensas observadas em espectros de AGNs. A cinemática estelar foi medida através do ajuste das linhas de absorção utilizando o método penalized Pixel Fitting (PPXF) usando como template a biblioteca estelar MILES. A distribuição de fluxos de linhas de emissão e cinemática do gás foram medidas a partir do ajustes dos perfis das linhas de emissão do cubo de dados após a subtração da componente estelar, utilizando a rotina PROFIT (line-PROfile FITting). Encontramos que a cinemática estelar e do gás ionizado é dominada por uma componente de disco em rotação e que ambas as estruturas estão girando em sentidos contrários. A cinemática do gás também revela movimentos não-circulares, inter- pretados como originados por um outflow em formato bicônico devido ao AGN de NGC 4546. Estimamos um valor de ∼ 0, 068 MⓈ yr−1 para a taxa de outflow de gás ionizado e uma po- tência cinética (E˙cin) do outflow equivalente a 1, 12 × 1039 erg s−1, que corresponde a somente 0,013 % da luminosidade bolométrica do AGN. Portanto, verificamos que a E˙cin do outflow não é suficiente para influenciar a formação estelar da galáxia em grande escala. Este tipo de feed- back de AGN é chamado de modo de manutenção, no qual os outflows não possuem velocidade suficiente para escapar dos limites da galáxia, porém podem ser eficientes em redistribuir o gás em sua região central.
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