Habilidade de cuidado, sobrecarga, estresse e coping de cuidadores familiares urbanos e rurais de pacientes em tratamento oncológico
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Data
2019-03-11Primeiro coorientador
Andolhe, Rafaela
Primeiro membro da banca
Santos, Naiana Oliveira dos
Segundo membro da banca
Zanini, Roselaine Ruviaro
Terceiro membro da banca
Beuter, Margrid
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Este estudo tem como objetivo analisar a relação da habilidade de cuidado de cuidadores familiares urbanos e rurais de pacientes em tratamento oncológico com a sobrecarga, estresse e as estratégias de coping. Trata-se de um estudo transversal, desenvolvido com 222 cuidadores familiares urbanos e rurais, no período de abril de 2017 a maio de 2018, realizado no serviço de oncologia de um Hospital Universitário do Rio Grande do Sul. Para coleta de dados utilizou-se um questionário demográfico e clínico para os pacientes, questionário sociodemográfico dos cuidadores e características do cuidado prestado, Inventário de Habilidades de Cuidado, Escala de Sobrecarga de Zarit (Burden Interview Scale), Escala de Estresse Percebido e COPE Breve. A amostra final foi dividida em dois grupos, de acordo com o local de residência dos cuidadores: área urbana (n=163) e área rural (n=59). As variáveis qualitativas foram apresentadas pela distribuição de frequências absolutas e relativas e as variáveis quantitativas, em medidas de tendência central e variabilidade. Foram realizados os testes de Correlação de Pearson, t de Student e Mann-Whitney, conforme a distribuição dos dados, ao nível de significância ≤5%. A pesquisa foi aprovada por Comitê de Ética em Pesquisa (Parecer 1.977.316). Nos resultados evidenciou-se que entre os pacientes predominou homens, idade média de 67,2 anos, com tempo médio de diagnóstico de 26,8 meses, com câncer do aparelho digestório e dependência moderada. A maioria dos cuidadores urbanos eram mulheres, com idade de 48 a 76 anos, com escolaridade entre 7 e 13 anos de estudo, com companheiro, que não exercem atividade remunerada no momento, com renda até três salários mínimos, que residem com a pessoa cuidada e outros familiares. Cuidam há menos de cinco meses, em período integral, com auxílio de terceiros e que tem experiência anterior em cuidar. A maioria dos cuidadores rurais eram mulheres, com idade de 48 a 76 anos, baixa escolaridade (até seis anos de estudo), com companheiro, que não exercem atividade remunerada, baixa renda (até três salários mínimos), que residem com o familiar doente e outros familiares. O tempo de cuidado foi superior há oito meses, cuidando em período integral, com auxílio de terceiros e sem experiência anterior. Constatou-se que os cuidadores urbanos apresentaram maior habilidade de cuidado total, conhecimento, coragem e paciência. Os cuidadores urbanos apresentaram sobrecarga leve a moderada enquanto os cuidadores rurais não apresentaram sobrecarga. A maior percepção de estresse foi nos cuidadores urbanos. Identificou-se semelhança entre cuidadores urbanos e rurais no uso estratégias de coping focadas no problema. Entre a habilidade de cuidado e o estresse, verificou-se correlação negativa e moderada nos cuidadores rurais. Na relação da habilidade de cuidado e a sobrecarga verificou-se correlação estatisticamente significativa mais nos cuidadores urbanos no fator relação interpessoal e percepção de autoeficácia. Entre o coping e a habilidade de cuidado apresentou-se correlação positiva e moderada no coping focado no problema no conhecimento, entre os urbanos. Conclui-se que a atenção dispensada pela enfermagem no apoio aos cuidadores familiares necessita considerar as singularidades de cada contexto de vida, sendo que podem influenciar diferentemente nas habilidades de cuidado, sobrecarga, estresse e estratégias de coping.
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