Efeito do flavonoide galangina sobre a susceptibilidade às convulsões induzidas por pentilenotetrazol na presença de prostaglandina E2

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Data
2018-03-24Primeiro membro da banca
Oliveira, Clarissa Vasconcelos de
Segundo membro da banca
Souza, Mauren Assis de
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A epilepsia é uma das doenças neurológicas crônicas mais comuns, caracterizadas por crises
epilépticas recorrentes, onde um terço dos pacientes são refratários aos tratamentos existentes.
Evidências tem revelado estreita associação entre neuroinflamação e o aumento da suscetibilidade às
crises epilépticas, uma vez que existe pronunciada expressão de mediadores inflamatórios, como a
prostaglandina E2 (PGE2) durante as crises. Como demonstrado, a PGE2 é capaz de estimular a
liberação de glutamato bem como inibir a enzima Na + K + -ATPase, o que de fato pode aumentar a
excitabilidade neuronal, contribuindo para as crises epilépticas. Sabendo do papel importante da
inflamação durante as crises e a existência da refratariedade ao tratamento anticonvulsivante, o
objetivo inicial do presente estudo foi investigar se PGE2 aumenta a susceptibilidade a convulsões
induzidas por pentilenotetrazol (PTZ). Posteriormente, avaliamos se o composto isolado da planta
Piper aleyreanum, nomeado Galangina, que demonstrou efeito anti-inflamatório e protetor em modelo
de nocicepção induzido por glutamato e PGE2, poderia apresentar atividade anticonvulsivante neste
estudo. Para isso, no experimento 1, os camundongos foram injetados com PGE2 (100ng/2 μl; i.c.v) e
quinze minutos depois foram injetados com uma dose subefetiva de PTZ (35mg/kg, i.p.) para
avaliação da susceptibilidade a convulsões. No experimento 2, os camundongos foram injetados com
Galangina (30mg/kg; i.p.) quinze minutos antes da injeção de PGE2, e quinze minutos após injeção de
PGE2, os camundongos foram injetados com PTZ, nas mesmas doses. Nossos resultados mostraram
que o grupo tratado com PGE2 aumentou a susceptibilidade ao PTZ, causando crises mioclônicas e
generalizadas, aumentando a duração das crises bem como a amplitude de ondas
eletroencefalográficas. Além disso, análise estatística mostrou que o tratamento com PGE2 ou PGE2 e
PTZ em combinação aumentou o imunoconteúdo de IBA-1 (marcador microglial), GFAP (marcador
astrocítico), 4-HNE (marcador de peroxidação lipídica), VCAM-1 (molécula de adesão de celular
vascular 1) e da enzima p-PKAIIa (proteína cinase dependente de AMPc- fosforilada). No entanto,
nem o tratamento com PGE2 ou com PTZ alterou o imunoconteúdo dos receptores de PGE2 (EP1, EP2
e EP3). De fato, o pré-tratamento com Galangina preveniu o comportamento convulsivo e diminuiu a
amplitude de ondas eletroencefalográficas, bem como impediu o aumento da produção de espécies
reativas, a ativação microglial e astrocítica, diminuiu o imunoconteúdo da VCAM-1 e o estado de
fosforilação da enzima PKAIIα induzidos por PGE2/PTZ. Portanto, este estudo sugere que o composto
Galangina apresentou atividade anticonvulsiva e anti-inflamatória contra as alterações
comportamentais e neuroquímicas induzidas pela administração de PGE2 e PTZ. No entanto, estudos
adicionais são necessários para investigar as implicações clínicas desses achados e seus mecanismos
subjacentes.
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