Atividade virucida de porfirinas tetra-platinadas frente a vírus de bovinos
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Data
2018-02-26Primeiro coorientador
Weiblen, Rudi
Primeiro membro da banca
Cargnelutti, Juliana Felipetto
Segundo membro da banca
Anziliero, Deniz
Metadata
Mostrar registro completoResumo
As porfirinas são substâncias fotossensibilizadoras (PS), ou seja, compostos que são
ativados quando expostos à luz, reagindo com moléculas de oxigênio e produzindo
espécies reativas de oxigênio (ROS). As porfirinas são constituídas por quatro anéis de
pirrol unidos entre si por pontes de metenil, formando um macrociclo tetrapirrólico
aromático. A inativação fotodinâmica é um método simples e controlável, e baseia-se na
produção de ROS, que podem ser radicais livres e/ou oxigênio singleto (
1O2). Este
processo requer a ação combinada de oxigênio, luz e um fotossensibilizador (PS). A
terapia fotodinâmica tem sido utilizada no tratamento de tumores e de infecções por
micro-organismos. Devido à resistência microbiana a inúmeros medicamentos
disponíveis comercialmente, a busca por novas drogas tem se tornado emergente, sendo
que a utilização de porfirinas tem se mostrado uma alternativa promissora. O objetivo
deste trabalho foi avaliar a atividade virucida de duas porfirinas tetra-platinadas (3 e 4-
PtTPyP) sobre diferentes vírus animais. A citotoxicidade do composto foi determinada
pelo teste de MTT e, a partir da maior concentração não tóxica para células de cultivo,
foram utilizadas concentrações inferiores de porfirinas nos testes de atividade virucida.
Foram realizados ensaios com vírus de genoma DNA com envelope (herpesvírus bovino
1, BoHV-1) e sem envelope (adenovírus bovino, BAV), e com vírus RNA com
envelope (vírus da diarreia viral bovina, BVDV) e sem envelope (enterovírus bovino,
BEV). Além disso, a atividade virucida foi investigada frente aos vírus vaccínia
(VACV, vírus DNA envelopado) e da estomatite vesicular (VSV, vírus RNA
envelopado), que são vírus epiteliotrópicos que causam impacto econômico e sanitário
na produção de bovinos. Para isso, suspensões virais contendo concentrações prédeterminadas de vírus foram incubadas com as porfirinas e expostas à luz por diferentes
períodos (0, 15, 30 e 60 min). Após esse período, os títulos virais foram determinados
por diluição limitante e comparados ao controle viral. Os ensaios de atividade virucida
utilizando a porfirina 3-PtTPyP na maior concentração (9,1µM) resultou na inativação
total dos vírus envelopados mesmo quando não exposto à luz. A utilização de 1/10 da
dose da mesma porfirina (0,91 µM) resultou em redução no título dos vírus BoHV-1,
BVDV e VSV após 15 min de exposição à luz, sendo que a partir de 30 min, houve
inativação total desses vírus. Para o VACV, a inativação viral total ocorreu a partir de
60 min de foto-ativação. O uso da 4-PtTPyP a 9,1 µM também resultou em inativação
total dos vírus envelopados BoHV-1 e VSV, mesmo sem foto-ativação. Para os vírus
envelopados BVDV e VACV houve inativação viral total a partir dos 15 min de
exposição à luz. Além disso, houve perda significativa da infectividade viral quando o
vírus foi incubado com o composto sem fotoativação, porém a inativação viral foi
parcial. Quando a 4-PtTPyP foi utilizada em menor concentração (0,91 µM), foi
verificada redução significativa e gradual nos títulos dos vírus envelopados, de acordo
com o tempo de exposição à luz. Não foi observada atividade virucida de nenhum dos
compostos sobre os vírus não envelopados. Os resultados indicaram que ambas
porfirinas possuem atividade virucida sobre vírus envelopados, e podem agir diretamente sobre a infectividade viral mesmo quando não ativadas pela luz, se
utilizadas em concentrações elevadas.
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