Mapeamento espectroscópico de propriedades físicas dos remanescentes de supernova N49 e N11L
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Data
2015-06-09Primeiro membro da banca
Ferrari, Fabricio
Segundo membro da banca
Oliveira, Vinicius de Abreu
Terceiro membro da banca
Riffel, Rogemar André
Quarto membro da banca
Rembold, Sandro Barboza
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Os remanescentes de supernovas permitem o diagnóstico de diversas propriedades físicas
do meio em que se situam, como temperatura, densidade e abundâncias químicas. Algumas
características físicas desses objetos podem diferir muito ao se comparar diferentes amostras,
dependendo dos seus mecanismos de formação, estágios evolutivos e características do meio
em que se formam. Mesmo em se tratando de um mesmo objeto, propriedades físicas podem
variar consideravelmente ao longo de sua extensão. Apesar disso, grande parte dos trabalhos
espectroscópicos de remanescentes de supernovas publicados utilizam medidas integradas do
objeto ou apenas de posições mais brilhantes. Medidas desse tipo não permitem conhecer pontualmente as condições físicas do objeto e contribuem pouco para estudos de modelagem de
sua estrutura e evolução. Este trabalho apresenta um estudo de remanescentes de supernovas a partir de mapeamentos espectroscópicos de suas propriedades físicas. Utilizando-se a
técnica de espectroscopia de fenda longa, buscou-se coletar dados em toda a extensão dos alvos, os remanescentes de supernovas N49 e N11L da Grande Nuvem de Magalhães. Os dados
foram obtidos com o telescópio SOAR de 4,1 m. Para N11L, as principais linhas de emissão foram mapeadas e o mapa da densidade eletrônica calculada a partir da razão de fluxos
[S II] λ6716/λ6731 foi obtido de espectros com e sem emissão do céu, sendo que o do primeiro caso produziu valores em praticamente toda a região observada (N11L e sua vizinhança).
A densidade varia entre valores mínimos até pouco mais do que 300 cm−3
. Para N49, mapas de
valores de densidade eletrônica foram construídos e de valores de temperatura eletrônica com
quatro sensores diferentes: [O III] (λ5007+λ4959)/λ4363, [S II] (λ6716+λ6731)/λ4068,76,
[O II] λ3727/(λ7320+λ7330) e [N II] (λ6583+λ6548)/λ5755. 67 linhas de emissão foram medidas em várias posições, permitindo a construção de mapas de fluxos e razões de fluxos. Outras
17 linhas menos intensas foram medidas apenas no espectro integrado. Destas 84 linhas medidas, cerca de 20 foram medidas pela primeira vez neste remanescente. N49 apresenta um forte
gradiente de densidade, variando de algumas de dezenas de elétrons por centímetro cúbico na
região noroeste até valores em torno de 6 000 cm−3 no sudeste. A distribuição de temperatura
eletrônica obtida pelo sensor [O III] apresenta valores mais altos no centro (∼ 40 000 K). Os outros mapas de temperatura eletrônica não apresentam a mesma característica e possuem valores
de temperatura da ordem de 11 000 K. A variação do coeficiente de extinção logarítmica c(Hβ)
em diferentes regiões da nebulosa foi investigada analisando-se os três primeiros decrementos
Balmer. Esta análise evidenciou a existência de excitação colisional da linha Hα nas regiões
periféricas de N49. Diagramas de diagnóstico de razões de intensidades de linhas calculadas
com as medidas deste trabalho foram comparados com valores teóricos obtidos através do código MAPPINGS III. Vários mapas de razões de intensidades de linhas apresentaram valores
com variações radiais. A análise deste comportamento indica que ele está relacionado com uma
variação da velocidade do gás, que possui menores valores nas regiões mais distantes do centro
do remanescente.
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