Funções ecossistêmicas e redundância funcional de vertebrados marinhos recifais do Oceano Atlântico
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Data
2020-02-19Primeiro membro da banca
Longo, Guilherme Ortigara
Segundo membro da banca
Dambros, Cristian de Sales
Metadata
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O papel desempenhado por espécies, conhecido como função ecológica, garante o
funcionamento de ecossistemas e a provisão de serviços ecossistêmicos. A sobreposição no
papel funcional de espécies distintas caracteriza a redundância funcional, uma segurança contra
o declínio de populações e extinções locais. Em condições de baixa redundância funcional, o
ecossistema se torna mais vulnerável às perdas de biodiversidade e as espécies tendem a ser
menos parecidas funcionalmente, ou seja, mais originais. Nos recifes do Oceano Atlântico,
vertebrados como tartarugas, mamíferos e peixes (Elasmobranchii e Teleostei) são importantes
componentes da fauna e suas funções incluem desde o transporte de carbonato até o controle
de teias tróficas. Entretanto, existem lacunas no entendimento das funções ecossistêmicas e no
possível grau de redundância funcional entre esses grupos. Neste contexto, os objetivos deste
trabalho incluem (i) compilar e categorizar as funções ecossistêmicas de 224 espécies de
vertebrados marinhos recifais do Oceano Atlântico, (ii) identificar o grau de redundância
funcional entre grupos taxonômicos distintos, (iii) identificar o padrão de riqueza e de
originalidade funcional na escala local, e (iv) analisar os efeitos da remoção de espécies
ameaçadas nas perdas funcionais nos recifes do Oceano Atlântico. Nós compilamos seis
atributos funcionais relacionados com a performance de espécies em funções ecossistêmicas.
Sete funções ecossistêmicas foram encontradas na literatura, desde o “Transporte de nutrientes
e armazenamento” até a “Regulação trófica”. Nossos resultados revelam que 44,8% do volume
funcional dos recifes é ocupado por espécies ameaçadas e “Predadores de topo” têm a maior
proporção de espécies ameaçadas (53,8%; n=21). Na escala regional e local, diferentes grupos
taxonômicos apresentam sobreposição do espaço funcional (Elasmobranchii e Teleostei). Esta
redundância regional se mantém na escala local. Como esperado, por ser considerado o hotspot
de biodiversidade recifal do Atlântico, o Caribe apresentou maior riqueza taxonômica e
funcional (n=134, correspondendo a 79.7% do volume regional). Além disso, os recifes
apresentaram um padrão homogêneo de redundância e originalidade funcional. A remoção de
espécies mesopredadoras teve o maior efeito sobre a erosão funcional - a remoção de 50% das
espécies provoca uma redução de 60% no espaço funcional de vertebrados recifais na costa
Brasileira, tornando-se uma grande ameaça para o funcionamento dos recifes.
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