Associação entre resistência insulínica e osteoporose em pessoas vivendo com HIV assistidas por um serviço público de atenção secundária no interior do RS, Brasil

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Data
2019-10-29Primeiro coorientador
Carvalho, Jose Antonio Mainardi de
Primeiro membro da banca
Machry, Rafael Vaz
Segundo membro da banca
Guimarães, Nathália Sernizon
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Mostrar registro completoResumo
O advento da terapia antirretroviral (TARV) elevou consideravelmente a expectativa
de vida de pessoas vivendo com HIV (PVH). Entretanto, esse aumento na sobrevida
expõe às PVH a morbidades relacionadas a idade, incluindo doenças crônicas
metabólicas e ósseas, que ocorrem de maneira elevada e precoce nessa população.
O tempo de infecção pelo HIV (vírus da imunodeficiência humana), o tipo e a duração
da TARV repercutem na redução da densidade mineral óssea (DMO) e no
aparecimento de resistência à insulina. Com isso, tem-se como estabelecido que
diabetes mellitus (DM) está associada a um risco aumentado de fraturas
osteoporóticas. Objetivamos estudar a prevalência de osteoporose e resistência à
insulina, bem como, a associação entre esses fatores em PVH e em uso de TARV no
município de Santa Maria, Rio Grande do Sul. Foi realizado um estudo transversal,
que incluiu PVH com mais de 50 anos. Indivíduos cadastrados para o recebimento de
drogas antirretrovirais na farmácia do Hospital Universitário de Santa Maria/RS,
durante o período de 2016 a 2018, foram convidados a participar. Aqueles que
aceitaram responderam a um questionário padronizado, realizaram o exame de
densitometria óssea, raio-X de coluna, passaram por coleta de sangue periférico e
medidas de peso e altura. Foram analisados fatores como DMO, contagem de células
CD4, colesterol total e frações, glicemia e insulinemia. O diagnóstico de osteoporose
foi realizado de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde
(Critério de 1994), e a resistência à insulina foi avaliada através do cálculo do HOMAIR
(valores > 2,7 foram considerados positivos). Cento e um indivíduos aceitaram
participar do estudo e 84 realizaram a dosagem de insulina e a medida de DMO. A
prevalência de osteoporose foi de 19% nessa amostra. As fraturas vertebrais foram
duas vezes mais frequentes nos indivíduos com osteoporose. Os participantes com
osteoporose apresentaram valores menores de IMC e triglicerídeos do que os sem. A
frequência de resistência à insulina foi de 68,2%, sendo que esse diagnóstico foi
associado ao uso de glicocorticoide, tabagismo e IMC, e não foi associado a carga
viral e a contagem de CD4. Os valores de HOMA-IR foram maiores no grupo sem
osteoporose; no entanto, essa associação desapareceu após a correção para o IMC
no modelo de regressão linear. Concluímos que as PVH em nosso estudo que tem
resistência insulínica, tem maior DMO. Assim, mais estudos são necessários para
avaliar o efeito da resistência à insulina no risco de fratura em PVH.
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