Estudo longitudinal do perfil oxidativo em gestantes saudáveis e com complicações gestacionais
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Data
2019-09-27Primeiro membro da banca
Boeck, Carina Rodrigues
Segundo membro da banca
Bochi, Guilherme Vargas
Terceiro membro da banca
Bauermann, Liliane de Freitas
Quarto membro da banca
Schuch, Natielen Jacques
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Durante a gestação, mesmo sendo um processo fisiológico, há estresse oxidativo devido a uma
maior demanda metabólica e ao aumento do consumo de oxigênio nos tecidos, principalmente na
placenta, em resposta ao crescimento fetal e as mudanças fisiológicas maternas. O estresse
oxidativo pode ser avaliado pela relação entre os radicais livres e antioxidantes produzidos pelo
organismo. Uma produção excessiva de radicais livres tem efeitos prejudiciais, tais como a
alteração nas proteínas dos tecidos, danos ao DNA, enzimas e carboidratos, peroxidação dos
lipídios de membrana, entre outros. A enzima sulfidrílica delta-aminolevulinato-desidratase (δ-
ALA-D) pode estar inibida em situações pró-oxidantes e essa inibição resulta no acúmulo do
ácido 5-aminolevulínico, estando relacionado a um aumento na produção de radicais livres.
Considerando que o estresse oxidativo está diretamente envolvido na fisiologia da gestação, onde
principalmente a placenta está suscetível aos danos, favorecendo, assim, o desenvolvimento de
doenças gestacionais, como a hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia e Diabetes Mellitus
Gestacional. O objetivo desse trabalho foi avaliar o perfil oxidativo e a atividade da enzima δ-
ALA-D ao longo dos três trimestres de gestação, além de comparar o perfil oxidativo entre as
gestantes com e sem complicações gestacionais. Foram analisados parâmetros de dano oxidativo
através da quantificação das espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) e dosagem do
óxido nítrico (NOx). Já a avaliação do sistema antioxidante foi realizada com a quantificação dos
grupos tióis protéicos (P-SH) e não protéicos (NP-SH), os níveis de vitamina C, a capacidade
antioxidante total (TAC), a habilidade plasmática de redução de ferro (FRAP), além da
determinação da atividade das enzimas catalase e δ-ALA-D em gestantes. Conforme os resultados
obtidos no presente estudo, o perfil oxidativo parece estar alterado principalmente no segundo
trimestre gestacional, com um aumento nos marcadores de dano oxidativo e uma diminuição dos
antioxidantes quando comparados ao primeiro e terceiro trimestre gestacional. Além disso, os
marcadores de dano oxidativo foram significativamente maiores em gestantes com complicações
gestacionais, enquanto que o sistema antioxidante das mesmas parece estar diminuído devido à
redução nos níveis de P-SH, NP-SH, vitamina C, TAC e FRAP, além da diminuição na atividade
das enzimas catalase e δ-ALA-D. Devido a isso, podemos concluir que há um perfil de resposta
oxidativa diferente em cada trimestre gestacional, além de um aumento no estado de estresse
oxidativo, diminuição nos antioxidantes e na atividade da δ-ALA-D em gestantes com
complicações comparadas a gestantes saudáveis. Sendo que isso pode estar relacionado ao
agravamento das doenças gestacionais e a avaliação da atividade da δ-ALA-D pode ser útil no
acompanhamento dos danos durante o período gestacional por ser um marcador indireto de
estresse oxidativo.
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