Casca de ovo como fonte de cálcio: composição mineral e biodisponibilidade em ratos
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Data
2014-05-30Primeiro coorientador
Callegaro, Maria da Graça Kolinski
Primeiro membro da banca
Helbig, Elizabete
Segundo membro da banca
Silva, Leila Picolli
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A maior parte da população não ingere a recomendação diária de cálcio (Ca), mineral essencial para o
desenvolvimento ósseo, contração muscular, coagulação sanguínea, permeabilidade celular e diversas outras
funções. A casca de ovo de galinha é composta de cerca de 40% de Ca e poderia ser uma opção de baixo
custo e fácil obtenção para atender as necessidades nutricionais da população. Este estudo teve como
objetivos avaliar a influência do sistema de criação das poedeiras e coloração das cascas na
composição de minerais essenciais e tóxicos de pó de casca de ovo, averiguar a segurança
microbiológica de amostras submetidas a diferentes métodos de higienização e comparar cascas de ovo
com diferentes tamanhos de partícula ao carbonato de cálcio purificado (CaCO3) quanto a
biodisponibilidade de minerais. As cascas foram lavadas, higienizadas, secas em estufa e trituradas em
moinho e a composição mineral foi avaliada por espectroscopia de absorção atômica em 28 amostras
previamente digeridas com ácido nítrico. O Ca se manteve em concentrações semelhantes nas diferentes
amostras (cerca de 365 mg/g). As cascas de ovo de granja apresentaram maior concentração de magnésio
(Mg) e menor concentração de estrôncio (Sr) que as cascas de ovo coloniais. Não foram encontradas
quantidades significativas de ferro, cromo, manganês,molibdênio, níquel, selênio, alumínio, cádmio ou chumbo
nas amostras analisadas. A avaliação microbiológica consistiu na contagem de Staphylococcus coagulase
positiva, determinação de coliformes totais e termotolerantes e pesquisa de Salmonella sp. em três amostras
higienizadas por imersão em hipoclorito de sódio 1%, seguida de fervura em água e 3 amostras nas quais a
etapa de imersão em hipoclorito foi suprimida. As amostras submetidas a ambos tratamentos não
apresentaram contaminação microbiana. A biodisponibilidade de Ca foi avaliada em ratos Wistar machos em
crescimento alimentados por 28 dias com dieta AIN-93 possuindo como fonte de Ca frações de casca de ovo
com granulometrias grossa (CO G), média (CO M) ou fina (CO F) ou CaCO3 purificado. A absorção
de minerais, concentração mineral óssea e propriedades biomecânicas ósseas foram avaliadas. A
absorção de Ca em ratos alimentados com dietas com casca de ovo foi de 56,2% do Ca ingerido, o
que é considerado alto. No entanto, observou-se menor absorção de Ca nos grupos CO G e CO F,
mas a absorção de Ca similar no grupo CO M em relação ao grupo CaCO3. Os ratos que receberam
CO M e CO G tiveram maior absorção de fósforo e Mg comparados ao grupo CaCO3. Não foram
observadas alterações na deposição mineral, peso ou propriedades biomecânicas dos ossos.
Concluiu-se que a casca de ovo é rica em Ca, não apresenta contaminação por metais tóxicos, apresenta boa
qualidade higiênico-sanitária se for processada corretamente e mostrou ser uma fonte de Ca com boa
absorção intestinal e boa retenção em ossos de ratos em crescimento.
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