Análise da assistência obstétrica prestada a gestantes de alto risco no centro obstétrico de um hospital universitário
Resumo
Objetivo: Analisar as intervenções obstétricas vivenciadas por gestantes de alto risco no centro obstétrico de um hospital universitário. Método: Pesquisa quantitativa, de caráter transversal, com análise de 420 prontuários de mulheres com gestação de alto risco que tiveram seus partos realizados no período de janeiro a março de 2020. Para a coleta de dados, utilizou-se um questionário que abordava os seguintes aspectos: dados da gestante, dados da internação, acompanhamento no trabalho de parto, dados do parto, dados do recém-nascido, dados do pós-parto, eventos sentinelas. A coleta dos dados deu-se a partir dos prontuários eletrônicos da Unidade de Atenção à Saúde da Mulher selecionados no Serviço de Arquivo Médico e da folha de indicadores obstétricos utilizados no serviço. Resultados: Em relação ao trabalho de parto, 37,14% sofreram algum tipo de indução. A maioria das mulheres foi submetida a um parto cesáreo (62,14%), sendo 82,32% dessas para cesárea eletiva e em 16,98% das que tiveram partos vaginais (37,86%), foi realizado episiotomia. Considerações finais: O estudo evidenciou um alto índice de intervenções obstétricas, sendo as mais frequentes a cesárea eletiva e a episiotomia. A humanização do atendimento se fortaleceu com o aumento da adoção das boas práticas ao parto e nascimento, mas ainda se depara com obstáculos para avançar, como a intensa medicalização do trabalho de parto e parto. É preciso que haja uma mudança no modo de como o ciclo gravídico-puerperal é visto pelos profissionais da saúde da assistência obstétrica para proporcionar uma assistência integral às gestantes de alto risco.
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