Efeito toxicológico em ninfas de Nauphoeta cineria (Blattodea:Blaberidae) expostas por inalação ao 4-vinilciclohexeno
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Data
2019-10-28Primeiro coorientador
Barbosa, Nilda Berenice de Vargas
Primeiro membro da banca
Ávila, Daiana Silva de
Segundo membro da banca
Loreto, Elgion Lucio da Silva
Terceiro membro da banca
Pereira, Maria Ester
Quarto membro da banca
Folmer, Vanderlei
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A exposição de maneira ocupacional a inúmeros agentes tóxicos, incluindo os
compostos orgânicos voláteis vem gerando agravos à saúde humana, correlacionados
ao surgimentos de inúmeras doenças. O composto orgânico volátil 4-vinilciclohexeno
(VCH) é um contaminante ambiental bem conhecido e vem sendo investigado devido
aos seus efeitos ovotóxicos em vários organismos. Entretanto, os mecanismos
subjacentes a sua toxicidade, bem como os efeitos nocivos causados a outros órgãos,
são incertos. Neste trabalho, foram avaliados alguns sinais de toxicidade induzidos pela
exposição ao VCH espontaneamente volatilizado usando ninfas da espécie Nauphoeta
cinerea. As ninfas foram expostas ao VCH por inalação durante 70 dias. Para a
quantificação dos níveis de VCH nas caixas metabólicas foi empregado a técnica de
Headspace associada à cromatografia de fase gasosa com detector de ionização de
chama. Foram avaliados durante o período experimental as taxas de sobrevivência, o
peso corporal total e de alguns tecidos (cabeça, corpo gorduroso e órgãos reprodutores
imaturos), o consumo de ração e água e a produção de fezes. Além disso, foram
avaliados in vitro as atividades enzimáticas das enzimas glutationa-S-trasnferase (GST),
acetilcolinesterase (AChE) e dos níveis de espécies reativas dos tecidos isolados nos
períodos de 35 e 70 dias de exposição ao VCH espontaneamente volatilizado. Os níveis
da concentração de VCH volatilizado variou entre 3,41 e 7,03 nmol/mL. A exposição ao
VCH espontaneamente volatilizado causou uma redução de 35% na taxa de
sobrevivência dos animais expostos. As ninfas expostas durante 35 e 70 dias tiveram
uma redução no ganho de peso corporal de 1,8 e 2,6 vezes, respectivamente, com uma
redução no peso da cabeça, do corpo gorduroso e dos órgãos reprodutivos em
maturação. Durante o período de exposição houve também nas ninfas uma diminuição
significativa no consumo de ração e na produção de fezes. Apesar disso, a exposição
não alterou o consumo de água, exceto no vigésimo dia. Em relação aos marcadores
bioquímicos, verificou-se que a atividade enzimática da GST em todos os tecidos
avaliados foi significativamente aumentada pelo VCH volatilizado após 35 e 70 dias de
exposição. O corpo gorduroso apresentou a atividade da GST mais proeminente,
especialmente após 35 dias de exposição, 1,6 vezes maior que o grupo controle. A
exposição ao VCH espontaneamente volatilizado causou também um aumento
significativo nos níveis das espécies reativas no corpo gorduroso de 1,35 vezes e 1,47
vezes após 35 e 70 dias, respectivamente. Em nenhum dos períodos avaliados a
atividade da AChE da cabeça foi afetada. Não se sabe se essas alterações podem
comprometer a funcionalidade dos tecidos/organismo envolvido versus os efeitos
observados. Portanto, os resultados confirmaram o impacto prejudicial da inalação do
VCH volatilizado e evidenciam a barata N. cinerea como um modelo valioso de triagem
toxicológica inicial, a fim de investigar os toxicantes ambientais.
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