Agressividade e ansiedade induzidas pelo estresse em peixe-zebra: envolvimento da monoamina oxidase, modulação redox e alterações neuroendócrinas
Visualizar/ Abrir
Data
2020-07-24Primeiro membro da banca
Rubin, Maribel Antonello
Segundo membro da banca
Oliveira, Mauro Schneider
Terceiro membro da banca
Silva, Anderson Manoel Herculano Oliveira da
Quarto membro da banca
Barreto, Rodrigo Egydio
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Os transtornos mentais são considerados pandemias do século XXI que causam inúmeros prejuízos à saúde. Cerca de um terço das pessoas no mundo podem apresentar problemas relacionados à saúde mental. Além disso, sabe-se que muitos transtornos são desencadeados por medo e ansiedade exacerbadas induzidas pelo estresse. Dessa forma, estudar como diferentes agentes estressores podem influenciar respostas bioquímicas e neurocomportamentais em modelos experimentais de laboratório é uma estratégia importante para esclarecer os mecanismos primários envolvido em diversos transtornos mentais. Neste estudo, investigamos a influência de agentes estressores em respostas comportamentais, bem como na atividade da monoamina oxidase (MAO) cerebral, estresse oxidativo e respostas neuroendócrinas em peixe-zebra (Danio rerio). No primeiro estudo, avaliamos se a exposição aguda e crônica à substância de alarme (SA) modula o comportamento agressivo (utilizando o teste de agressão induzida pelo espelho) em populações wild-type, (WT) e leopardo (leo), bem como se altera a atividade da Z-MAO cerebral. Após a exposição aguda, vimos que a SA aumenta a agressividade e diminui a atividade da Z-MAO. Cronicamente, a SA reduz a agressividade, diminui a atividade locomotora sem alterar a atividade da Z-MAO. Esses dados sugerem que as respostas desencadeadas no comportamento são dependentes do tempo de estresse, demonstrando um possível envolvimento da Z-MAO com a agressividade induzida pelo estresse agudo. No segundo trabalho, avaliamos o envolvimento do estresse repetido nas respostas comportamentais tipo ansiedade (testes do novo tanque e claro/escuro) e parâmetros relacionados ao estresse oxidativo nas duas populações de peixe-zebra. A exposição repetida à SA aumenta o comportamento do tipo ansiedade em WT e leo em ambos os testes. Além disso, a SA aumenta a atividade enzimática da catalase (CAT), glutationa S-transferase (GST), bem como diminui os níveis de tióis não proteicos (NPSH) em ambas as populações. Somente em leo verificamos um aumento da peroxidação lipídica (TBARS). Esses dados sugerem que a SA cronicamente desencadeia respostas ansiogênicas e mudanças nos parâmetros de estresse oxidativo. No terceiro trabalho, investigamos se o estresse crônico previsível (ECP) usando estressores homotípicos, químico (SA), e físico, perseguição com rede (PR), altera as respostas comportamentais e neuroendócrinas em peixe-zebra. Nossos resultados mostram que o ECP-SA, mas não o ECP-PR aumenta o comportamento do tipo ansiedade e os níveis de cortisol em peixe-zebra. Como agudamente ambos os estressores induzem respostas aversivas, sugerimos que o ECP-PR é capaz de induzir uma habituação na resposta de estresse em peixe-zebra. Assim, o ECP induz mudanças comportamentais e neuroendócrinas, dependendo da natureza do estressor. Em suma, os achados descritos nesta tese suportam o uso do peixe-zebra como um organismo modelo atrativo para elucidar os mecanismos do estresse em transtornos mentais, como ansiedade e depressão na neuropsiquiatria translacional.
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: