Oleorresina de copaíba apresenta atividade antinociceptiva tópica em um modelo de queimadura de pele induzido por radiação UVB em camundongos
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Data
2020-11-27Primeiro membro da banca
Brucker, Natália
Segundo membro da banca
Werner, Maria Fernanda de Paula
Metadata
Mostrar registro completoResumo
As lesões por queimaduras são comuns no mundo todo, representando um grande problema de saúde pública responsável por mais de 180 mil mortes anualmente. Essas lesões podem ser causadas por vários fatores, incluindo a radiação ultravioleta (UV). A exposição à radiação ultravioleta B (UVB) pode resultar em queimaduras solares, e consequentemente em uma resposta inflamatória que contribui para o desenvolvimento de dor, edema e eritema. Os tratamentos farmacológicos visam aliviar a dor e a inflamação, porém são pouco específicos para tratar queimaduras e estão associados a efeitos adversos que limitam seu uso. Diante disso, a busca por alternativas terapêuticas para o tratamento de queimaduras solares é necessária, e produtos de origem natural têm atraído a atenção de pesquisadores. A oleorresina de Copaíba, é amplamente utilizada na medicina popular como cicatrizante, antimicrobiana, analgésica e principalmente como anti-inflamatória. Desta forma, objetivamos avaliar o potencial antinociceptivo e anti-inflamatório da aplicação cutânea de uma formulação contendo oleorresina de Copaíba em um modelo de queimadura de pele induzido por radiação UVB em camundongos Swiss machos (25-30g). Primeiramente, foi analisada a composição química da oleorresina de Copaíba por cromatografia gasosa (CG-MS). Para o modelo de queimadura de pele, os camundongos foram anestesiados e apenas a pata traseira direita foi exposta uma única vez à radiação UVB durante 21 minutos (0,75 mJ/cm2). Os tratamentos foram aplicados topicamente (15 mg/pata) uma vez ao dia, durante seis dias, com o creme oleorresina de Copaíba (3%), creme sulfadiazina de prata (1%; controle positivo), ou creme base (veículo). O efeito antinociceptivo das formulações foi avaliado pela medida da alodinia mecânica e hiperalgesia térmica, utilizando filamentos de von Frey e aparato de Hargreaves, respectivamente. A atividade anti-inflamatória foi determinada pela medida da espessura dérmica e infiltração de células inflamatórias, através da análise histológica. A caracterização das formulações também foi realizada. As formulações apresentaram valores de pH, fator de espalhabilidade, características macroscópicas e reológicas adequadas para aplicação cutânea. O creme oleorresina de Copaíba reduziu a alodinia mecânica induzida pela radiação UVB no 2º, 3º e 4º dia após a exposição à radiação UVB com uma inibição máxima (Imáx) de 64,6 ± 7% observada no 2º dia. A aplicação cutânea do creme oleorresina de Copaíba também reduziu a hiperalgesia térmica no 1º e 2º dia após a radiação UVB, com Imáx de 100% observada no 2º dia. Além disso, o creme oleorresina de Copaíba inibiu a infiltração de células inflamatórias, mas não reduziu o aumento da espessura dérmica induzida pela radiação UVB. Esses efeitos podem ser atribuídos, pelo menos em parte, à presença de componentes biológicos, como o β-cariofileno (60,17%) e outros sesquiterpenos identificados por CG-MS nesta oleorresina de Copaíba. Nossos resultados demonstram que a formulação contendo oleorresina de Copaíba apresentou efeitos antinociceptivos e anti-inflamatório em camundongos submetidos à radiação UVB, e a formulação creme apresentou características adequadas, garantindo sua qualidade e efeito terapêutico. Assim, aplicação cutânea do creme contendo oleorresina de Copaíba pode ser uma estratégia promissora tanto para o tratamento, como para terapia adjuvante da dor inflamatória associada a queimadura solar.
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