Efeito anti-inflamatório do ácido cafeico sobre o sistema purinérgico e colinérgico em ratos Diabéticos tipo 1
Visualizar/ Abrir
Data
2020-02-27Primeiro coorientador
Stefanello, Naiara
Primeiro membro da banca
Nogueira, Cristina Wayne
Segundo membro da banca
Spanevello, Roselia Maria
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O Diabetes mellitus (DM) é uma desordem metabólica, considerada um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. Esta doença é caracterizada por um estado de hiperglicemia crônica que leva a distúrbios no metabolismo. Estudos têm demonstrado alterações nas funções de linfócitos em pacientes diabéticos bem como uma estreita relação com inflamação e maior probabilidade no desenvolvimento de doenças vasculares. Relacionado a esta condição, sabe-se que as vias de sinalização purinérgica e colinérgica regulam diversos processos fisiológicos, atuando em respostas imunes e inflamatórias. A fim de controlar estes processos inflamatórios, bem como, diminuir a incidência de doenças cardiovasculares no DM, terapias com substâncias fenólicas naturais têm sido foco de estudos. Dentre estes, o ácido cafeico (AC) além de possuir propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, tem sido apresentado como regulador da atividade de enzimas do sistema purinérgico. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do AC na atividade das enzimas ectonucleosídeo trifosfato difosfoidrolase (E-NTPDase) e adenosina desaminase (ADA), nos níveis do ATP e na expressão do receptor A2A ao nível de sistema purinérgico, assim como a atividade da acetilcolinesterase (AChE), butirilcolinesterase (BuChE) e expressão do receptor ɑ7nChR ao nível do sistema colinérgico. Além disso, avaliar o efeito deste composto fenólico na expressão de citocinas inflamatórias IL-1β, IL-6 e IL-10, na atividade da mieloperoxidase (MPO), bem como em outros parâmetros oxidativos em ratos diabéticos induzidos por estreptozotocina (STZ) 55 mg/kg via intraperitoneal (aqueles animais que apresentaram glicemia >250mg/dL foram considerados diabéticos). Os ratos machos Wistar foram divididos em seis grupos (n=10): controle/óleo; controle/AC 10 mg/kg; controle/AC 50 mg/kg; diabético/óleo; diabético/AC 10 mg/kg e diabético/AC 50 mg/kg, tratados no 5° dia após indução, durante 30 dias via gavagem. No 31º dia, após tratamento com AC, os animais foram submetidos a eutanásia por exsanguinação. Os resultados demonstraram uma redução significativa na hidrólise de ATP e ADP em linfócitos, uma redução nos níveis de ATP em soro, além de uma diminuição no aumento da atividade da ADA e AChE em linfócitos, BuChE em soro e MPO em plasma de ratos diabéticos tratados com AC quando comparados com os diabéticos não tratados. Por sua vez, o tratamento com AC não foi capaz de atenuar o aumento na expressão dos genes da IL-1β, da IL-6 em linfócitos no estado diabético. No entanto, o AC foi capaz de aumentar a expressão gênica da IL-10 e do receptor A2A independente da condição dos animais (saudável ou diabético). O AC também aumentou a expressão do receptor α7nAChR em linfócitos. Adicionalmente, o AC atenuou o aumento na produção de espécies reativas (ERs) (plasma), peroxidação lipídica e oxidação de proteínas (soro) em ratos diabéticos quando comparados com os animais diabéticos não tratados. Este ácido fenólico também reverteu a diminuição nos níveis plasmáticos de tióis totais (T-SH) e tióis não proteicos (NPSH). Assim, os resultados obtidos indicam que o AC foi capaz de modular a atividade da E-NTPDase, ADA, AChE, BuChE e da MPO, além de aumentar parâmetros anti-inflamatórios (IL-10) e reverteu o aumento do estresse oxidativo no estado diabetico. Podemos indicar que esse composto fenólico atenua mudanças oxidantes e inflamatórias através do retorno da homeostase no sistema purinérgico e colinérgico promovidos pela hiperglicemia no estado diabético.
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: