Prevalência da discriminação autopercebida nos serviços de saúde e fatores associados em idosos brasileiros
Visualizar/ Abrir
Data
2021-07-21Primeiro membro da banca
Seerig, Lenise Menezes
Segundo membro da banca
Emmanuelli, Bruno
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A discriminação é um processo resultante da interação humana, capaz de trazer grande
impacto na qualidade de vida dos indivíduos. Compreender diferentes experiências de
discriminação em idosos e suas possíveis associações são passos importantes para determinar
a melhor forma de lidar com a discriminação individual e social e os impactos gerados na
saúde dessa população. O objetivo da presente dissertação foi verificar prevalência e fatores
associados à discriminação autopercebida em indivíduos com 50 anos ou mais, bem como
explorar as diferenças de gênero nos fatores associados à discriminação relatada em serviços
de saúde. Foram utilizados dados do Estudo Longitudinal de Saúde dos Idosos Brasileiros
(ELSI-BRASIL), um estudo transversal com base domiciliar, onde foi selecionada uma
amostra nacional de 9412 pessoas não institucionalizadas, representativa da população com
50 anos ou mais. A pesquisa avaliou a discriminação autopercebida ao procurar serviços
médicos ou atenção à saúde e modelos ajustados para as variáveis demográficas,
socioeconômicas, psicossociais e comportamentais. A análise dessa dissertação explorou as
diferenças de gênero nos fatores associados à discriminação em serviços de saúde.Foi
utilizada regressão de Poisson através do comando svy para obtenção das razões de
prevalências brutas e ajustadas. Cerca 10,9% (IC95%: 10,1-12,1) da amostra relatou
discriminação ao procurar serviço de saúde. Para o sexo feminino, os relatos se associaram a
de cor da pele amarela (RP 2.2IC95%: 1,1-4,9) ou indígena (RP 1.9IC95%: 1,1-3,4), ter mais
de oitenta anos de idade (RP 0.5IC95%: 0,3-0,9), baixa confiança na vizinhança (RP
1.4IC95%: 1,1-1,7), diagnóstico negativo de depressão (RP 0.5IC95%: 0,4-0,6) e alta
satisfação com a vida (RP 0.5IC95%: 0,4-0,7). Para o sexo masculino, homens pretos (RP
1.8IC95%: 1,2-2,8) e pardos (RP1.3IC95%: 1,1-1,8), bem como aqueles com baixa confiança
social (RP 1.5IC95%: 1,2-1,9), apresentaram associação com a discriminação na procura por
serviços de saúde. Portanto, foi observado que para indivíduos do sexo feminino as variáveis
dos blocos sociodemográfico e psicossocial mostraram associação com a discriminação na
procura por serviços de saúde. Já para o sexo masculino, não houve associação de
discriminação com idade, riqueza, escolaridade ou satisfação com a vida. Composto pelas
variáveis uso de serviços de saúde no último ano e hábito de fumar, o bloco comportamental
não mostrou associação com discriminação. Foi possível perceber que a influência do
envelhecimento para os homens é diferente de sua influência para as mulheres para a
autopercepção de discriminação, uma vez que foi encontrada associação negativa entre
discriminação e ter 80 anos para o sexo feminino, enquanto para homens não foi observada
associação significativa em nenhuma das faixas etárias.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: