O capital social e a qualidade de vida relacionada à saúde bucal de adolescentes
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Data
2019-11-07Primeiro coorientador
Rebelo, Maria Augusta Bessa
Primeiro membro da banca
Vettore, Mario Vianna
Segundo membro da banca
Bento , Letícia Westphalen
Terceiro membro da banca
Giordani , Jessye Melgarejo do Amaral
Quarto membro da banca
Herkrath, Ana Paula Corrêa de Queiroz
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O capital social tem sido investigado com um dos fatores determinantes do processo saúde
doença. No entanto, são poucos os estudos que abordam a associação do capital social e a
qualidade de vida relacionada a saúde bucal (QVRSB) em adolescentes. Além disso, ainda não
há evidências sobre os fatores que se relacionam ao capital social ao longo da adolescência.
Estudar esses fatores nessa faixa etária é de extrema importância, visto que os indivíduos estão
passando por um processo biopsicossocial acompanhado inúmeras mudanças, as quais podem
influenciar em todo o curso de vida. Essa tese é composta por dois artigos. O primeiro artigo
avalia a relação do capital social com a QVRSB de adolescentes no município de Santa Maria,
através de um estudo transversal aninhado a uma coorte. O segundo artigo avalia
longitudinalmente os caminhos pelos quais os fatores contextuais, socioeconômicos,
demográficos e clínicos no início da adolescência afetam os níveis de capital social ao longo
do tempo. Esse estudo de coorte de 6 anos é composto por uma amostra randomizada aleatória
de 1134 escolares de 12 anos avaliados no ano de 2012 (T1), na cidade de Santa Maria, sul do
Brasil. Após 6 anos, os indivíduos foram submetidos a uma segunda avaliação (T2). Em ambos
os levantamentos, inúmeras vaiáveis foram coletas. A qualidade de vida relacionada à saúde
bucal foi avaliada através da versão reduzida do Child Perception Questionnaire (CPQ11-14).
O capital social foi mensurado por meio de um questionário composto por 5 perguntas
referentes as cincos dimensões: confiança social, controle social, empoderamento, segurança
da vizinhança e eficácia política. Características demográficas, socioeconômicas,
comportamentais e clínicas (como a cárie dentária e gengivite), também foram avaliadas. Para
verificar a associação entre o capital social (T2) e a QVRSB (T2), foi realizada uma análise
Multinível de Regressão de Poisson. Para responder o segundo objetivo, Modelagem de
Equações estruturais foi utilizado para testar os caminhos entre características demográficas,
socioeconômicas e clínicas (T1) com capital social (T2). Dos 1134 adolescentes (67,9%), em
relação ao primeiro artigo, avaliados no T1, cerca de 769 foram avaliados no T2 (taxa de
resposta de nossos achados demonstraram que o baixo capital social foi associado a maiores
impactos na QVRSB (T2). Além disso, adolescentes do sexo feminino, com baixo nível
socioeconômico e com presença de cárie dentária não tratada também apresentaram pior
QVRSB. Considerando os resultados do segundo artigo, a experiência de cárie e a baixa posição
socioeconômica no (T1) foram diretamente associadas ao baixo capital social no (T2). Além
disso, a baixa escolaridade materna, a menor renda familiar e maior aglomeração foram
associados à experiência de cárie dentária e relato de dor de dente (T1). Nossos achados
demonstram que capital social interfere na qualidade de vida de adolescentes e que fatores
contextuais, sociais e clínicos no início da adolescência, influenciam no capital social. Assim,
se torna possível incentivar ações a fim de diminuir os impactos causados pelas iniquidades em
saúde.
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