Identidades partilhadas e potências sensíveis do documentário no Rio Grande do Sul
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Data
2019-04-05Primeiro membro da banca
Lisbôa Filho, Flavi Ferreira
Segundo membro da banca
Brignol, Liliane Dutra
Terceiro membro da banca
Gutfreind, Cristiane Freitas
Quarto membro da banca
Barbalho, Alexandre Almeida
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Esta tese discute a dimensão política do documentário e busca agregar elementos que tensionam a constituição da identidade da produção de documentários no Rio Grande do Sul. Problematizamos o impacto das políticas públicas na cadeia produtiva de filmes de documentário do estado, tendo como recorte os projetos inscritos entre 2011 e 2016 no Fundo de Apoio à Cultura (FAC/RS), mecanismo de financiamento da Secretaria da Cultura do Estado. Os objetivos buscam investigar a identidade da produção gaúcha de documentários realizados a partir do fomento público; discutir sobre a potência do filme documentário; mapear inovações estéticas e narrativas propostas pelos realizadores; debater sobre o impacto das políticas públicas de financiamento para a produção; e identificar as marcas dos gestos políticos dos documentários. Teoricamente, entendemos o documentário como um espaço de representações identitárias que marcam o sujeito contemporâneo. Marcamos o devir do documentário como uma produção engajada no real e que tem uma potência política intrínseca pois a partir de sua matéria estética, ele atua na partilha de um sensível. Trabalhamos com uma perspectiva multimetodológica, mas que atribui um peso maior para a análise fílmica. Os 29 filmes analisados dividem-se entre representações de urbanidades, ruralidades, etnicidades e biografias, categorias que apresentam formas diversas de identidades, todas elas afastadas da representação hegemônica que é baseada na ideia do mito do gaúcho. Como matéria estética, os documentários mantêm a forma clássica de produção, afiliando-se ao modo de representação expositivo, que prioriza a argumentação de ideias, em detrimento da experimentação estética. Nossa tese afirma que o documentário possui uma potência política intrínseca por ser constituído de, pelo menos, três gestos. Primeiro, ele reflete o engajamento do sujeito-documentarista com o real. Segundo, ele é feito a partir do encontro com o Outro, pela partilha de um espaço e de um tempo comum, e pelo estabelecimento de uma relação (de harmonia ou conflito). Por último, a potência o documentário reside na matéria estética e narrativa que pode revelar/alargar as fissuras do ordenamento do comum, produzindo uma partilha sensível que causa um dano ao ordenamento do comum, seja por inserir de maneira sensível os sujeitos que não fazem parte do comum ou pelo gesto estético que provoca um questionamento da forma naturalizada da vida vivida.
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