Fatores de risco para depressão pós-parto
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Data
2020-03-04Autor
Ramos, Kelly Campara Machado
Primeiro coorientador
Konopka, Cristine Kolling
Primeiro membro da banca
Costa, Felipe
Segundo membro da banca
Bochi, Guilherme Vargas
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Mostrar registro completoResumo
O nascimento de um filho marca grandes mudanças na vida materna, sendo normalmente acompanhado de emoções profundas que variam do prazer ao desespero. Muitos estudos documentam as reações negativas por parte das mães, sendo que a Depressão Pós-Parto tem especial atenção, por ser a morbidade mais comum em mães num período de até um ano após o parto, podendo atingir até uma em cada sete mães. Desta forma, o presente estudo visa elucidar além da prevalência de depressão pós parto, os fatores associados a esta patologia e suas respectivas significâncias estatísticas. O presente estudo foi conduzido no Hospital Universitário de Santa Maria. Constitui-se de um estudo transversal, quantitativo, realizado a partir do preenchimento de questionário epidemiológico e aplicação da Escala de Depressão pós parto de Edimburgo (EDPE), visando rastrear puérperas, com sintomas compatíveis com depressão puerperal, que tiveram seu parto no Hospital Universitário de Santa Maria e realizaram consulta no ambulatório de puerpério do mesmo, no período de junho a outubro de 2019. Pontuações maiores ou iguais a dez foram consideradas positivas e encaminhadas para avaliação por profissional especializado. Os dados foram avaliados estatisticamente pelo programa SPSS 18.0. Analisaram-se 171 puérperas, sendo que 29,8 % apresentaram escore compatível com depressão puerperal. Foi verificado, com significância estatística, que não ter depressão pós-parto está intimamente associado com amamentar sem intercorrências(p=0,002 e χ=12,533). Ao contrário, não ter uma gravidez planejada(p=0,0175 χ2=5,717), ter tido depressão em qualquer fase da vida (p=0,013 χ2=6,237), depressão durante a gestação (p≤0,0001 χ2=46,201) ou ter história de depressão na família (p=0,001 χ2=10,527), são fatores associados com o desenvolvimento de depressão pós-parto. No entanto, apenas a depressão durante a gestação foi encontrada como fator de risco significativo para ocorrência de depressão pós-parto, aumentando em 12 vezes (OR: 12,891) o risco do desenvolvimento desta patologia. Portanto, depressão durante a gestação é uma fator de risco importante para o desenvolvimento de depressão pós-parto e pode, facilmente, através da Escala de Depressão pós-parto de Edimburgo, ser diagnosticada e tratada em tempo hábil.
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